Cólera: A OMS Intervém no Zimbabwe

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está a organizar uma operação massiva da ONU para combater o mortífero surto de cólera que já matou mais de 500 pessoas, desde Agosto, no Zimbabwe.

A OMS enviou já uma equipa de emergência constituída por 20 peritos internacionais para o Zimbabwe para cooperar com as autoridades sanitárias locais no combate aquela epidemia que já alastrou à África do Sul. Outros países vizinhos, caso de Moçambique e do Botswana foram também já afectados.

O surto, que é o mais grave registado no Zimbabwe desde 1992, já infectou mais de 11 e 700 pessoas.

A porta-voz da OMS, Fadela Chaib, disse à VOA que os desafios são enormes porque os serviços de saúde no Zimbabwe, no geral, têm vindo a agravar-se nos últimos cinco anos.

Disse ela: "Não existe um bom sistema de vigilância e de detecção precoce. Menos de 30 por cento do país tem cobertura sanitária. Por isso, não sabemos a extensão do problema. Mas, supomos que é enorme."

Adicionalmente, Chaib disse que os centros de saúde zimbabweanos têm enormes carências de medicamentos necessários. Uma falta relacionada com o declínio do fabrico local, enfraquecido pela carência de moeda estrangeira.

Parte da população carenciada está a comer animais doentes e poderá ser afectada por um surto epidémico de antrax, que está a afectar os animais domésticos e selvagens. Duas crianças e um adulto já morreram vítimas do antrax. Cerca de 160 animais domésticos morreram, bem como dois elefantes, 70 hipopótamos e 50 búfalos.

O antrax não se transmite de pessoa a pessoa, mas se as pessoas comerem carne de animais contaminados correm o risco de ser contaminados com o antrax, que é mortífero.

Elizabeth Byrs é a porta-voz da ONU para a ajuda humanitária. Diz ela: "E é uma preocupação nossa porque muitas pessoas comem carne infectada porque compram carne em talhos que não têm licença e esses talhos ilegais compram carne por vezes de animais infectados"

A organização Save the Children refere que muito poucas pessoas foram vacinadas contra o antrax no Zimbabwe, durante os últimos cinco anos.