No Zimbabué, os dirigentes políticos afirmam estar num impasse sobre a forma de dividir os postes ministeriais, como parte do acordo de partilha de poder.
Nelson Chamisa, porta-voz do Movimento para a Mudança Democrática (ÇDC) na oposição anunciou que as conversações de hoje entre o presidente Robert Mugabe e os líderes do MDC terminaram sem qualquer entendimento.
Chamisa acrescentou que o assunto foi referido aos negociadores para que aqueles o resolvam.
Ao abrigo do acordo de partilha de poder, assinado na segunda-feira, a ZANU-PF, de Mugabe, terá 15 posições ministeriais no governo de unidade nacional. A facção do MDC, liderada por Morgan Tsvangirai, terá 13 postos enquanto uma pequena facção do MDC disporá de três outras posições no gabinete.
Fontes da oposição dizem que a ZANU-PF exige todos os ministérios mais importantes, como finanças e defesa.
Na quarta-feira, Mugabe descrevera o acordo com a oposição como, citamos ”uma humilhação,” insistindo que o seu partido continua a dominar.
O acordo define que Mugabe permanece como chefe de estado e Tsvangirai com o cargo de primeiro-ministro. Arthur Mutambara, que chefia uma pequena facção dissidente do MDC, será vice-primeiro-ministro.
O acordo assinala a primeira vez que Mugabe aceita abrir mão de alguns dos seus poderes, desde que passou a presidir os destinos do país, há 28 anos.
Ele e Tsvangirai estavam a ser pressionados a chegar a um acordo por forma a que o país possa iniciar a sua recuperação política e económica.
O Zimbabué está oficialmente sem governo após as disputadas eleições presidenciais. Tsvangirai obteve a maioria dos votos, na primeira volta, e recusou entrar na segunda volta devido à violência política que então reinava, patrocinada pelo governo de Mugabe e seus apoiantes.
Enquanto isso, a economia zimbabueiana desmoronava-se, com a inflação a atingir os 11 milhões porcento, e um agravamento da falta de alimentos.