Climatologistas há muito que debatem quais são as forças que tornam países nos trópicos quentes e húmidos e aqueles no hemisfério norte com um clima mais ameno.
Andy Cohen professor de geociências na universidade do Arizona afirmou:
“Pode se dizer que os trópicos são o motor térmico do nosso planeta. Por isso é muito importante para a compreensão da história do clima e dá-nos também uma base para compreender e avaliar o tipo de mudanças climatéricas que testemunhamos hoje em redor do mundo”.
Num estudo publicado esta semana na revista Science investigadores produziram provas sólidas que o clima na África tropical é influenciado pelas condições nas latitudes norte e não por padrões de radiação solar ao longo do equador como se pensa na generalidade.
Os investigadores baseiam a sua conclusão em estudos feitos em amostras geológicas que ligam o clima de África ao hemisfério norte.
Jessica Tierney do departamento de ciências geológicas na Universidade Brown, e uma das principais autoras dos estudos, afirmou haver indícios que das condições climatéricas em África alternaram dramaticamente ao logo de dezenas de milhar de anos.
Podemos constatar que no passado houve mudanças abruptas de condições áridas para condições húmidas. Essas mudanças podem ocorrer ao longo de várias centenas de anos. Em termos geológicos isso é muito rápido e significa mudanças abruptas”.
No que se refere à era moderna Tierney afirma que o que parece afectar mais o clima africano é derivado de forças no e em volta do oceano Indico.
A maior parte da chuva que cai hoje no lago Tanganica é agua que vem do Oceano Indico, evaporada na parte ocidental do oceano Indico e transportada para o lago”.
Os peritos afirmam que os estudos não abordam o impacto do aquecimento global. Mas o estudo pode constituir uma base para se comprar o aquecimento global, disse Andy Cohen um dos outros autores do estudo.
Permite nos, portanto verificar quão grande são as mudanças que ocorrem agora quando comparadas com as mudanças naturais que ocorreram antes das humanidades começar a enviar dióxido de carbono para a atmosfera”.
Os investigadores estão agora a levar a cabo estudos semelhantes no Lago Malawi, conhecido em Moçambique pelo nome de Lago Niassa, para formar o estudo agora divulgado.