Zimbabwe: Conversações Esmorecem

As conversações frente-a-frente entre a ZANU_PF de Robert Mugabe e o Movimento para a Mudança Democrática de Morgan Tsvangirai prosseguiam pelo segundo dia consecutivo. Mas as esperanças de que haja um acordo começam a escassear, devido a posições diferentes sobre a divisão de poderes entre os dois.

As equipas técnicas começaram a trabalhar nas questões cruciais na mesa das negociações, enquanto o presidente Robert Mugabe participava nas comemorações anuais do Dia do Herói, na basílica.

As conversações, que arrancaram no domingo, foram interrompidas após longas horas devido à questão de quem iria dirigir o governo, com Tsvangirai a insistir que deveria ser ele, porque ganhou, em Março, a primeira eleição pacífica no país. Mugabe e a sua equipa insistem que como presidente de um governo de inclusão, esse poder deve estar nas mãos de Mugabe.

Fontes bem colocadas dizem que já não há o mesmo optimismo de que o progresso se iria alcançar com facilidade. Há mesmo algumas fontes próximas das negociações que sugerem que estas poderão mesmo não ser concluídas.

No final desta semana, Mugabe planeia participar na cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a ter lugar na África do Sul. Sem um acordo, o presidente sul-africano, Thabo Mbeki, não poderá informar a SADC, que o nomeou como mediador, que obteve um acordo para a crise política no Zimbabwe. Mas outras fontes dizem que as duas partes entendem que sem um acordo o presente caos económico no Zimbabwe irá transformar-se num caos social, uma vez que há pouca comida e poucas divisas para a importar.

O Zimbabwe precisa de ajuda ocidental para estabilizar a sua moeda e reduzir a inflação agora na ordem de mais de dois milhões porcento. Bem como para reconstruir as suas infra-estruturas industriais e agrícolas.