"Acção Universal, Já!", Lema da Conferência Internacional sobre SIDA

A 17ª Conferência Internacional sobre SIDA, que foi realizada pela primeira vez na América Latina, na capital mexicana, fez um apelo na procura de melhorias na prevenção e nos tratamentos da doença.

"Acção Universal, Já!" foi o lema da conferência que se encerrou hoje, uma mensagem para alertar o mundo para as necessidades de 33,2 milhões de pessoas infectadas e de futuras vítimas, apesar dos avanços no combate à doença.

"Conseguimos transformar uma doença que era uniformemente letal numa patologia crônica com a qual podemos conviver por cerca de 30 anos. Mas ainda resta muito caminho a percorrer", afirmou o presidente da "Aids 2008", o argentino Pedro Cahn.

Um dos problemas, acrescentou, é que do total de pessoas infectadas no planeta, apenas 31% recebem tratamento adequado, 27 anos depois do aparecimento da doença e 25 após a descoberta do Vírus HIV.

Por isso, o objectivo da Conferência no México foi, segundo Cahn, ressaltar "a necessidade de acção de todas as partes envolvidas tanto em nível universal, como em nível nacional, regional e local".

Um dos temas mais controversos da conferência foi a estratégia do "tratamento como prevenção", que tem por base de que quanto mais pessoas com o vírus forem tratadas haverá menos gente a transmiti-lo.

A promoção da circuncisão como elemento preventivo, plano que funcionou em algumas regiões da África, o fortalecimento de políticas públicas no sector e a forma de combater a epidemia segundo o tipo de contágio foram outras questões em debate.

Autoridades falaram também sobre a criminalização das pessoas com HIV em alguns países, a posição de diversas religiões sobre a doença, os preços dos remédios e o inquietante panorama de pesquisas científicas em matéria de antídotos.

Por outro lado, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aprovou ontem, quinta feira, a lei que triplica para 48 mil milhões a ajuda americana à luta global contra a Sida nos próximos cinco anos.

A lei será dirigida a 15 países, principalmente da África. Quando foi lançado o projecto, em 2003, só 50 mil pessoas com Sida na África Subsaariana recebiam tratamento anti-retroviral. Agora, 1,7 milhão de pessoas nessa região o recebem, segundo a Casa Branca.

A medida amplia o acesso a tratamento anti-retroviral e também ajuda os países pobres a combater a malária e a tuberculose.

A lei eliminou a proibição que os EUA mantinham há 21 anos contra a entrada de doentes de SIDA ao país, o que imediatamente foi elogiado por diversos grupos cívicos.