O escritor russo Alexander Solzhenitsyn faleceu em Moscovo aos 89 anos de idade. Detentor do Prémio Nobel de Literatura, Solzhenitsyn teve um grande impacto na opinião mundial quando denunciou os horrores do regime soviético em seus livros que se tornaram clássicos da literatura. Historiadores dizem que sua obra contribuiu significativamente para o colapso do comunismo na União Soviética.
Solzhenistsyn cresceu no sul da Rússia como um fervoroso leninista, e chegou a ganhar uma bolsa de estudos estalinista para Física e Matemática. Estudou literatura por correspondência.
Participou da Segunda Guerra Mundial tendo chegado à patente de capitão de artilharia. No fim da guerra uma carta sua em que fazia pilhéria a respeito de Stalin foi interceptada pelos censores e lhe valeu anos de sofrimento num campo de trabalhos forçados. Seu primeiro livro, Um dia na vida de Ivan Denisovitch, denunciou os horrores da prisão e foi publicado em 1962 quando Nikita Kruschev já estava a suavizar a repressão do regime comunista. Em 1970 conquistou o Prémio Nobel de Literatura.
No entanto, suas dificuldades com a censura não terminaram. Em 1973, a polícia secreta, KGB, confiscou o manuscrito da obra que abalaria mais ainda a reputação do comunismo, O Arquipélago Gulag. Em 1990, a cidadania do escritor, que tinha sido revogada, foi restaurada e o Estado abandonou as acusações de traição. O Presidente norte-americano Ronald Reagan tinha desafiado Mikhail Gorbachev, em 1988, a abrir a União Soviética aos trabalhos de Solzhenitsyn.
O falecimento de Solzhenistsyn foi objecto de declarações de numerosos lideres mundiais. O Presidente da França, Nicolas Sarkosy disse que o escritor abriu os olhos do mundo para a realidade do sistema soviético.
Alexander Solzhenistsyn será enterrado na quarta feira no cemitério de Donskoye em Moscovo.