Apesar de algumas melhorias, a situação na Guiné-Bissau permanece periclitante, sendo necessária mais ajuda internacional, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Num relatório entregue ao Conselho de Segurança, Ban adverte que a comunidade internacional vai ter que continuar a fornecer “apoio substancial” à Guiné-Bissau, fazendo notar os contínuos déficits orçamentais e a falta de investimentos nas infra-estruturas e serviços públicos.
O secretário-geral da ONU disse ainda que os crescentes aumentos dos preços de combustíveis e de aumentos básicos fazem com que a situação fiscal do país permaneça “muito frágil”.
O documento nota que as previsões apontam para um aumento de dez mil toneladas nas exportações do cajú, durante este ano, e também aumentos nos sectores da construção e da agricultura, prevendo-se um crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, em cerca de três por cento.
"Estou encorajado pelas melhorias nas perspectivas de recuperação económica e pela determinação do governo da Guiné-Bissau para adoptar medidas fortes com o objectivo de melhorar a disciplina fiscal e a estabilidade económica do país" afirma, no documento, Ban Ki-moon acrescentando,no entanto, que "a situação económica e financeira permanece periclitante".
Ban Ki-moon nota que a incapacidade do governo em pagar salários em atraso da função pública poderá “agudizar existentes tensões políticas”, acrescentando que são necessários, pelo menos, cinco milhões de dólares para se financiar as eleições legislativas previstas para Novembro.
No documento, Ban Ki-moon apela ao governo guineense para fazer uso de mecanismos internacionais para combater o tráfico de drogas e o crime organizado, exortando a comunidade internacional a dar mais apoio à Guiné-Bissau nesta questão.
O Conselho de Segurança vai analisar o relatório esta quarta-feira.