Os preços recordes do petróleo (mais de 120 dólares por barril) estão a gerar um grande interesse na industria petrolífera em África que fornece actualmente perto de um terço das importações de petróleo dos países desenvolvidos e da China. O grande interesse espalhou-se também a industrias em países não exportadores de petróleo. Um desses países é a África do Sul.
Os preços elevados do petróleo e do gás natural estão a alimentar uma intensa procura de equipamentos necessários a encontrar e explorar as vastas reservas petrolíferas ao largo da costa da África Ocidental.
Devido a essa procura, estão a ser reactivados e modernizados equipamentos que se encontravam fora de uso para trabalharem em perfurações em águas profundas onde estão a ser descobertos novos jazigos de petróleo. Isso criou mais movimento em portos como o da Cidade do Cabo.
O director de “marketing” da empresa de engenharia DCB-Dorbyl, Salvo Cutino, revelou que 80 por cento das actividades da empresa estão relacionadas com a industria petrolífera.
“Os clientes que actualmente efectuam perfurações ao largo da África Ocidental estão a mudar grande quantidade de equipamento para a região de Angola. E como Angola fica perto do Cabo, uma série de grandes modernizações estão aqui a ser efectuadas”.
A doca seca da Cidade do Cabo é uma das maiores de África. Cutino afirmou que podem ser construídas 200 mil toneladas de equipamentos por ano, o equivalente a 10 plataformas petrolíferas médias.
Contudo, a doca seca é pequena para servir maiores plataformas petrolíferas e navios, pelo que esta em curso a construção de uma doca seca gigante no valor de 100 milhões de dólares para acomodar aqueles monstros marítimos.
A industria marítima criou no ano passado cinco mil postos de trabalho e uma receita de 500 mil milhões de dólares para a economia sul-africana.
A Aliança Sul-Africana de Petróleo e Gás Natural, que engloba 600 empresas do ramo, está a tentar cumprir os desafios da procura petrolífera, tendo, nesse sentido lançado um programa de treino no valor de 30 milhões de dólares para suprir a falta de pessoal especializado.
Lideres da industria marítima acreditam que podem responder aos desafios e previram que a sua produção vai duplicar nos próximos anos.