O presidente francês, Nicolas Sarkozy, é esperado em Luanda na sexta-feira da próxima semana. Esta será a primeira visita de um chefe de estado francês a Angola em quase 17 anos.
José Eduardo dos Santos também não visita a França há quase 17 anos. O sul da França foi durante muitos anos o destino do presidente de Angola durante as suas férias de verão. Porém a eclosão em 1993 do “Angolagate”, escândalo sobre a venda de armas a Angola separou os dois países para extremos nunca antes vistos.
Angola viu o nome de dirigentes seus associados a “luvas” pagas pelo empresário francês Pierre Falcone, num negócio que não passou pela França.
Embora mais tarde nenhum governante angolano tivesse sido indiciado a verdade é que o prolongamento da crise envolvendo juizes e a imprensa criou um mal estar, de tal maneira que a determinado ponto, Angola irritada chegou a tirar temporariamente o seu embaixador de Paris. A reacção mais forte veio há 4 anos, quando Angola não renovou o contrato de três concessões que ligavam a Sonangol a Total.
Mais recentemente, os dois países viram-se numa clivagem após a França ter instado a União Europeia a incluir a TAAG numa lista de companhias aéreas proibidas de viajarem para a Europa por questões de segurança.
Manuel Mwanza, professor universitário e analista político, diz que, quando chegar a Angola, na próxima semana, Sarkozy encontrará mais de metade dos problemas resolvidos mas, ainda assim, Luanda e Paris têm um longo caminho a percorrer. “Os dois países estão motivados pelos interesses comuns que têm. A França, particularmente, precisa conquistar um lugar num mercado que tem atraído muitos investidores”.
Para preparar a visita de Sarkosy o Palácio do Eliseu envia, esta sexta-feira, a Luanda uma equipa. Angola e a França têm relações diplomáticas desde 1977.