O Sucessor de Fidel

Quarenta e nove anos depois de ter assumido o poder através de uma revolução, Fidel Castro anunciou a sua demissão, num artigo assinado no jornal oficial cubano, “Granma”.

Depois de décadas de comunismo, os cubanos habituaram-se a viver com pouco. A comida é racionada é falta de produtos de primeira necessidade é comum.

Não é natural que este estado de coisas mude, a curto prazo. Raul Castro, o irmão de Fidel e o seu provável sucessor, tem repetidamente afirmado que não irá abandonar o socialismo. No comício que assinalou o Dia da Revolução, em Julho de 2007, Raul desmentiu que a ausência do seu irmão pudesse trazer mudanças drásticas.

Ainda assim, Raul Castro tornou também claro que gostaria de dinamizar a economia cubana, especialmente aumentando a produção agrícola. Esta poderá ser uma indicação de um novo ponto de partida relativamente às políticas do seu irmão, segundo admite o antigo diplomata americano Wayne Smith, especialista em questões cubanas: “Ele é pragmático, na realidade eu penso que Raul estará mais aberto a um relacionamento com os EUA e numa abertura ao resto do mundo, do que o seu irmão”.

Mesmo antes da demissão de Fidel, Raul Castro estendeu um ramo de oliveira aos EUA. Mas, o porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, respondeu aquela abertura política desta forma, em Julho de 2007: “Penso que o diálogo que tem que haver é entre Raul Castro , o regime cubano e o seu próprio povo.”

E, de acordo com o activista da oposição, Manuel Cuesta Morua, os cubanos estão prontos para esse diálogo.

O papel deixado vago por Fidel Castro de crítico dos EUA parece ter sido assumido pelo presidente venezuelano, Hugo Chavez.

Por seu lado, Raul Castro não mostrou quaisquer sinais de querem seguir os passos do seu irmão em dar a Cuba um lugar destacado na arena política internacional.