Risco de Novas Cheias no Vale do Zambeze

As Nações Unidas fizeram um apelo para a concessão de auxílio ao Malawi, Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe por causa da crise humanitária gerada pelas cheias.

A agência das Nações Unidas para as questões humanitárias salientou que, segundo as previsões metereológicas, a chuva continuará a cair com intensidade na África Austral até ao fim de Abril. Para além disso, apesar da época dos ciclones começar normalmente no dia 20 de Fevereiro, Moçambique já foi atingido este ano por duas tempestades tropicais. A responśavel regional das Nações Unidas, Kelly David, afirmou que os fundos são necessários para fazer frente a uma provável crise humanitária. Disse ela: ”Temos que responder não apenas às necessidades actuais, mas temos também que estar preparados para uma possível deterioração da situação. Isso quer dizer que temos que enviar abastecimentos de emergência para regiões ficarão provavelmente inundadas e isoladas.”

Aquela responsável das Nações Unidas afirma que o grau de preparação para esse tipo de desastres naturais aumentou significativamente na região, especialmente em Moçambique, e que, em consequência disso, é agora possível pré-posicionar abastecimentos de emergência para fazer frente a crises prestes a verificarem-se.

Disse David: ”As principais necessidades contidas neste apelo dizem respeito a abastecimentos alimentares. Água potável, saneamento básico e cuidados de saúde são também de grande importância devido aos elevados riscos de epidemias. Só no Malawi já se verificaram 700 casos de cólera devido a estas cheias. Temos também necessidade de abrigo para mais de 120 mil pessoas que ficaram desalojadas, a maior parte delas em Moçambique.”

Entretanto, com o aumento do caudal do rio Zambeze, as autoridades zimbaweanas deverão abrir uma das comportas da barragem e Kariba, a montante da barragem moçambicana de Cabora Bassa. Quer isso dizer que a barragem de Cabora Bassa poderá ser igualmente obrigada a escoar o caudal, podendo alagar ainda mais a planície do Zambeze.

Enquanto isso, o presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse que tal só sucederá em último caso, acrescentando que os países da África Austral estão a cooperar no sentido duma gestão regional dos seus recursos hídricos e no sentido de uma resposta coordenada à crise.