O Programa Alimentar Mundial (PAM) começou a distribuir ajuda de emergência por via aérea a populações afectadas pelas cheias em Moçambique.
O PAM informou que começou a distribuir alimentos e outros materiais como tendas, oleados e mosquiteiros em áreas isoladas pelas cheias. Cerca de 76 mil pessoas foram temporariamente deslocadas para áreas seguras, mas muitas mais continuam isoladas em áreas que não podem ser atingidas por carro.
O porta-voz do PAM, Richard Lee, disse a Voz da América que organizações humanitárias terminaram um levantamento da situação para determinar se precisam lançar um apelo especial para Moçambique. Lee afirmou ser necessário começar a distribuir ajuda aos que já necessitam dela.
“E ao mesmo tempo temos de começar a edificar uma resposta humanitária, distribuir alimentos, abrigos, medicamentos e agua as pessoas que foram deslocadas devido às cheias. Assim como, e não nos podemos esquecer disto, as dezenas de milhar de pessoas que foram transferidas para novas áreas quando os rios transbordaram em princípios de 2007”.
Para além das pessoas deslocadas este ano, Lee disse que 190 mil pessoas deslocadas para terras mais altas no ano passado também precisam de assistência.
“Embora essas pessoas não estejam ameaçadas pelas actuais cheias, o que não podemos esquecer é que perderam as suas colheitas e muitas delas perderam-nas pelo segundo ano consecutivo. Por isso é provável que muitas delas necessitem de assistência até as próximas colheitas no próximo ano”.
As fortes chuvas estão também a afectar o Malawi, Zimbabué e Zâmbia. Lee disse que a cheias não se alastraram no Malawi e no Zimbabue, ao contrario da Zâmbia onde a situação é pior, tendo o governo declarado-as um desastre nacional.
Nos últimos dias tem chovido menos nas áreas que alimentam o caudal do rio Zambeze e o nível das aguas baixou ligeiramente na barragem de Cahora Bassa. Governos da região e organizações de ajuda vão monitorar a situação até pelo menos fim de Março.