Na sequência da descoberta de jazidas de urânio, a Tanzânia está agora a aguardar investimentos externos para explorar aquele minério. No entanto, o governo tanzaniano tem pela frente um sério desafio no que se refere a assegurar que o urânio não coloque uma ameaça à segurança global.
Duas companhias ocidentais, a ”Uranium Resources” da Grã-Bretanha e a ”Western Metals” da Austrália afirmaram que os resultados das suas explorações conjuntas na Tanzânia revelaram a presença de significativos depósitos de urânio. Aquelas companhias salientaram que têm que efectuar mais testes, mas deram a entender que os resultados preliminares são muito encorajadores. De referir que a procura de urânio tem vindo ultimamente a aumentar significativamente.
A confirmar-se a existência destas jazidas, a Tanzânia juntar-se-á à Namíbia, ao Níger e à África do Sul como país produtor daquele minério radioactivo. O vice-ministro das Minas da Tanzânia, William Gereja, afirmou que o urânio poderá tornar-se num dos principais produtos mineiros do país paralelamente ao ouro e aos diamantes. A Tanzânia é o terceiro maior produtor de ouro em África, depois da África do Sul e do Gana, e o seu sector mineiro representa cerca de dois por cento da economia nacional. Gereja afirma que o objectivo é o de aumentar esse numero para 10 por cento até 2025: ” São boas notícias. O urânio é usado em muitas indústrias através do Mundo e esperamos poder lucrar com a sua exploração.”
O urânio é usado como combustível de reactores nucleares para a produção de energia eléctrica. Essas centrais produzem cerca de 16 por cento da electricidade consumida em todo o Mundo. Peritos em questões energéticas dizem que a procura de urânio está a aumentar todos os anos e que a produção actual do minério quase que não chega para as encomendas. Quanto à sua utilização para fins militares, o urânio serve para fabricar uma liga metálica mais robusta para carros blindados. O urânio pode também ser enriquecido e ser usado em armas nucleares.
Nos últimos anos a Tanzânia tem sido um ponto de passagem de muitos traficantes. Em 2002, a polícia apreendeu 110 quilos de urânio. Entre as cinco pessoas detidas por envolvimento neste caso contavam-se quatro tanzanianos, incluindo um economista ligado ao governo. Três anos depois, as autoridades alfandegárias tanzanianas detectaram um grande carregamento de urânio sendo transportado de uma mina no Congo-Kinshasa para o porto iraniano de Bandar Abas.
As autoridades tanzanianas sublinham, no entanto, que, se o país começar a produzir urânio, serão criadas as leis necessárias para impedir que aquele minério radioactivo caia nas mão erradas.