No Quénia, o procurador geral, Amos Wako,reconheceu que o seu país tem assistido ao que classificou de proliferação de armas ligeiras tais como espingardas e pistolas.
A tendência acentua a dificuldade que as nações africanas tem tido em suster o fluxo de armas de pequeno calibre que são utilizadas em conflitos.
Amos Wako fez esta declaração durante um encontro em Nairobi destinado a harmonizar a legislação das regiões do leste Africano e dos Grandes Lagos para que os governos possam fazer face a disseminação de armas ligeiras.
Estas iniciativas existentes têm falhado desde que, no ano de 2000, doze nações instituíram o Centro Regional de Armas de Pequeno Calibre. Uma avaliação feita em 2004 indicava que cerca de 30 milhões de armas daquele género circulavam na África sub saariana.
Wako afirmou no encontro que serão tornadas publicas novas propostas destinadas a controlar melhor aquele género de armamento, tendo admitido que o governo queniano pouco mais pode fazer do que tentar minimizar o problema.
'O Quénia que constitui um oásis de paz na região tem sofrido muito com a proliferação das armas de pequeno calibre até mesmo com vigilância redobrada ao longo das suas fronteiras, já que os países vizinhos são assolados por guerra civil e convulsão.'
Os apoiantes do controle de armamento e grupos dos direitos humanos tem chegado à conclusão de que e praticamente impossível conter o comercio global de armas de pequeno calibre, que tem um valor anual de cerca de quatro mil milhões de dólares. As armas de pequeno calibre provocam, anualmente, sessenta a noventa por cento do total de mortes, sendo as nações africanas as mais atingidas.
A capital queniana, Nairobi, detêm o apelido de cidade dos roubos, devido à criminalidade que se regista, tendo Wako reconhecido que o governo debate-se para controlar o problema.
'Tanto na actualidade como num passado recente, registou-se um aumento substancial de incidentes criminosos em que armas de fogo, e munições são usadas como principais instrumentos para crimes odiosos tais como assassinato, roubos violentos e desvio de viaturas contra elementos da população por parte de criminosos e bandidos organizados.'
O governo queniano tem sido alvo de criticas por parte de grupos de direitos humanos relativamente a uma fabrica de munições que opera na cidade de Eldoret.
A fabrica produz, anualmente, cerca de vinte milhões de munições, ou seja, mais de dois milhões do que as necessárias para as forças governamentais, e alguns grupos alegam que uma deficiente supervisão tem contribuído para a corrupção e o roubo.
Iniciativas ao nível do continente africano para por fim ao comercio de armas de pequeno calibre falharam por uma multiplicidade de razões.
A região é muito vasta, e as infra-estruturas são pobres, tornando-se por isso extremamente difícil fiscalizar o fluxo das armas ligeiras ou efectuar campanhas de sensibilização.
Muitas áreas incluindo a maior parte do Congo e a Somália não possuem lei ou ordem, o que significa que rebeldes não tem dificuldade de obter as armas de que necessitam.