Guillaume Soro: Aproximação ao Burkina Fasso

O primeiro-ministro da Costa do Marfim, Guillaume Soro, seguiu para o Burkina Fasso para garantir ao homem que mediou o último acordo entre as facções beligerantes da Costa do Marfim que continuam a ser feitos esforços para o pôr em prática. Soro disse ao presidente do Burkina Fasso, Blaise Campaoré, que no próximo mês irá retomar o programa para identificar os cidadãos costa-marfinenses, um passo necessário para levar por diante as almejadas eleições presidenciais.

Os planos de identificação têm tido um percurso agitado, na Costa do Marfim. Há um ano atrás, um esforço semelhante foi assinado no início de Março na capital do Burkina Fasso, Ouagadougou, e muitos dos antigos combatentes ainda não têm documentação adequada e, sem ela, não podem votar.

O analista em questões da Costa do Marfim, Daniel Balint-Kurti, investigador da organização Chatam House, com sede em Londres, afirma que, muito embora o presidente Laurent Gagbo tenha assinado um acordo de paz, ele e os seus apoiantes ainda podem ameaçar o processo:”A ideologia subjacente e o ponto de vista destas pessoas não mudou”.

Mas, o primeiro-ministro Soro, um antigo líder rebelde, continua confiante de que este acordo de paz irá fazer o que os anteriores não conseguiram, ou seja, travar a violência entre as facções em luta: “Este acordo pode trazer a paz ao nosso país, se todos fizerem o que têm a fazer para fazer cumprir o acordo de paz. Agora, estamos no ponto de pôr em prática este acordo.”

No acordo de paz de Março, a identificação dos cidadãos é uma condição essencial para a realização das eleições presidenciais, que se espera tenha lugar no início do próximo ano.

Balint-Kurti afirma que o acordo de paz torna mais fácil do que nunca para as pessoas provarem a sua cidadania: “Uma das condições do acordo era, quem tiver um documento que substitua a certidão de nascimento pode inscrever-se nos cadernos eleitorais. É um processo muito mais simples do que o anterior.”

Mas, Balint-Kurti disse haver ainda desafios que se levantam à realização das eleições presidenciais.Diz ele que o primeiro-ministro Soro irá ter que encontrar uma forma para revitalizar os tribunais móveis para que estes possam participar na campanha de substituição das certidões de nascimento e evitar a fraude que muitos críticos dizem que marcou a anterior iniciativa de identificação.