Mesmo antes dos votos terem começado a ser contados, Ramos Horta, o popular e carismático primeiro-ministro, tinha mais do que votos suficientes para vencer facilmente – cerca de três vezes mais do que o seu opositor – Francisco Guterres “Lu Olo”.
No mês passado, nenhum dos oito candidatos presidenciais obteve mais de 50 por cento dos votos, requerendo uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados.
Ambas as eleições decorreram sem quaisquer problemas, aumentado a esperança de que Timor Leste poderá encaminhar-se para a estabilidade.
Allison Cooper é a porta-voz da Missão das Nações Unidas em Timor Leste.
“Tem sido tudo muito pacifico até agora e esperamos que a paz se prolongue através da contagem dos votos e da sua aceitação”.
Francisco Guterres, que é o presidente do parlamento e líder do partido FRETILIN, indicou anteriormente que não tinha intenção de desafiar a contagem dos votos se perdesse a eleição.
O antigo guerrilheiro independentista afirmou que quer ganhe quer perca aceitará os resultados das eleições presidenciais com dignidade.
Os votantes leste timorenses esperam que as eleições ajudem a por fim a agitação política e social do ano passado.
Em Fevereiro de 2006 irromperam confrontos entre as forças de segurança depois de quase metade do exercito ter sido desmobilizado. Na violência que se seguiu, cerca de dois terços dos residentes da capital, Dili, viram-se obrigados a ir para campos de refugiados, onde dezenas de milhar ainda lá continuam.
Uma força internacional de manutenção da paz liderada pela Austrália encontra-se em Timor Leste desde o ano passado, quando o governo requisitou ajuda para restaurar e manter a ordem.
Os leste timorenses voltam a votar no próximo mês de Junho em eleições parlamentares. Xanana Gusmão, o presidente do pais em vésperas de cessar funções e um popular antigo combatente pela independência, vai concorrer a primeiro-ministro, um cargo mais poderoso do que o de presidente da republica.
Analistas dizem que se as eleições forem livres e pacificas, ajudarão a levar a estabilidade a Timor Leste, que tem tido dificuldades em construir a sua democracia.
Timor Leste, uma colónia portuguesa até 1975, votou para se separar da Indonésia em 1999, tendo obtido a independência plena em 2002, após ter estado três anos sob supervisão das Nações Unidas.