Um responsável militar americano no Afeganistão afirmou que uma esperada ofensiva de Primavera dos Taleban não chegou a materializar-se devido, em parte, ao aumento das operações da foças americanas e da NATO. O general Joseph Votel afirmou que, apesar de se registarem confrontos diários, os mesmos não são de envergadura e acrescentou que não havia indícios de que os taleban estivessem prestes a desencadear uma ofensiva: ”Não sei se poderia classificá-la como uma ofensiva. Temos adoptado uma postura mais ofensiva do que eles, no que diz respeito à nossa capacidade para dominar áreas no campo de batalha.”
Altas entidades militares americanas e da NATO afirmaram estar a planear a sua própria ofensiva de Primavera, este ano, no Afeganistão em vez de esperarem de uma ofensiva taleban. Por outro lado, o comandante de todas as forças americanas no Médio Oriente e na Ásia Central declarou que o Paquistão está a dar passos sem precedentes para tentar garantir a segurança na sua fronteira com o Afeganistão. O almirante William Fallon afirmou, perante uma comissão do Congresso, que o presidente paquistanês enviou duas brigadas para a região tribal semi autónoma ao longo da fronteira com o Afeganistão e que, segundo se presume, os taleban têm usado como santuário: ”Ele posicionou essas forças na periferia dessas zonas tribais e deu aos seus comandantes autoridade para trabalhar com os nossos comandantes ao nível táctico de batalhão. Acho que se trata de algo muito significativo.”
O general Votel afirmou que aquelas medidas paquistanesas já estão a ter um impacto: ”Trabalhamos arduamente, durante os últimos meses, para garantir que os postos de comando do lado afegão e do lado paquistanês possam dialogar e comunicar livremente. Posso afirmar que se registam já grandes progressos nessa rede de comunicação.”
O general Votel , que é o sub-comandante das operações da NATO e dos Estados Unidos no Leste do Afeganistão, declarou que as suas tropas estão a alargar as suas operações da zona fronteiriça às zonas mais povoadas do interior. Acrescentou que os Estados Unidos e outras forças internacionais estão envolvidas em centenas de projectos humanitários e de infra-estruturas, num esforço para ajudar o governo afegão a demonstrar que pode garantir os serviços básicos nessa região do país.