O Secretário de Estado adjunto americano, John Negroponte, vai a caminho do Sudão para debater com as autoridades de Cartum o envio de uma força internacional para Darfur.
Funcionários do Departamento de Estado não admitem se o Secretário de Estado adjunto irá entregar um ultimato ao Sudão para que aceite uma força internacional de manutenção da paz.
Mas, aqueles funcionários admitem que Negroponte que ver acções concretas por parte do governo de Cartum para afastar os obstáculos ao alargamento das forças da manutenção da paz em Darfur. Foi adiantado que, se o governo sudanês não se revelar disposto a cooperar irá ser confrontado com uma reacção por parte dos EUA e da comunidade internacional.
Negroponte é esperado em Cartum, ainda esta quinta-feira, para iniciar a sua missão norte-africana que o levará, de seguida, ao Chade, Líbia e à Mauritânia.
Esta missão surge numa altura em que actos de violência em Darfur começam a afectar o vizinho Chade, tendo como pano de fundo a crescente frustração relativamente aos sucessivos adiamentos feitos pelo governo de Cartum relativamente ao aumento da força de manutenção da paz em Darfur, uma iniciativa que aceitou abertamente, no ano passado.
O presidente sudanês, Omar al Bashir, concordou, em princípio, durante uma conferência internacional que teve lugar em Adis Abeba, em Novembro, em aceitar uma força híbrida de cerca de 20 mil homens da União Africana e da ONU.
Mas, o Sudão tem vindo a bloquear desde então a concretização, em três fases, do referido plano e tem tentado limitar a acção dos funcionários das Nações Unidas, declarando certas zonas de Darfur fora do âmbito das forças internacionais.
Durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, qualificou de catastrófica a situação em Darfur e adiantou que a comunidade internacional está preparada para tomar iniciativas contra o governo de Cartum, caso não haja uma mudança qualitativa na atitude das autoridades sudanesas.
Disse McCormack: “Se não virmos movimento, acções tangíveis por parte do governo sudanês no sentido de satisfazer as preocupações do sistema internacional, penso que, então, iremos ver reacções individuais por parte de Estados membros. E iremos assistir a um debate sobre que acção diplomática colectiva poderá ser tomada. Não quero entrar, agora, em detalhes. Mas, certamente, que nós próprios já considerámos que passos poderemos dar”.
McCormack disse ainda que o que Negroponte ouvir em Cartum, durante esta digressão de cinco dias, será um importante factor no processo de tomada de decisão por parte dos EUA de outros governos preocupados com a situação.
Durante uma intervenção feita no Senado, na quarta-feira, o enviado especial americano para o Sudão, Andrew Natsios, disse que a administração Bush concordou com um pedido feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki moon, para suspender as sanções durante umas semanas, por forma a dar mais tempo para os esforços diplomáticos que estão a ser desenvolvidos pelas Nações Unidas.
O chefe da ONU disse que o presidente sudanês deu sinais de flexibilidade no que toca à força híbrida, durante um encontro que manteve à margem da cimeira da Liga Árabe, realizada, no fim do mês passado.
Ntasios disse perante o Senado, que a administração Bush estava nessa altura pronta a aplicar mais sanções contra o Sudão, incluindo a limitação de transacções em dólares por parte de companhias sudanesas, impondo restrições bancárias em mais entidades oficiais sudanesas, bem como empresas.