Desnecessário o Reforço das Tropas Americanas Estacionadas no Iraque

O general John Abizaid disse ao comité do senado das forças armadas, ter recentemente reunido com altos comandantes das forças americanas no terreno e que todos teriam concordado ser desnecessário o reforço das tropas americanas estacionadas no Iraque.

‘Eu disse na altura, na vossa opinião profissional, se tiverem que receber reforço de tropas agora, isso influiria na vossa capacidade de conseguirem êxitos no Iraque? E eles responderam-me, não! A razão é porque queremos que os iraquianos façam mais’.

Para o general Abizaid, caso haja muito mais efectivos militares no Iraque, seria mais fácil às forças iraquianas confiarem nelas, na frente de combate contra as milícias e os rebeldes.

O general Abizaid vai mais além e realça que o governo iraquiano no fundo deseja que as forças iraquianas assumam, com a brevidade possível, uma maior responsabilidade na garantia da segurança nacional.

Durante a audiência no senado, o general John Abizaid teve que fazer face a questões, tanto da parte de senadores que desejariam ver reforçadas a presença militar americana no Iraque, como por parte daqueles que defendem para já a calendarização de uma eventual retirada gradual.

O general Abizaid reagiu a ambas as correntes de opinião.

‘Na fase em que se encontra a campanha militar, vamos necessitar de flexibilidade para gerir as nossas forças e para ajudar na gestão das forças iraquianas. Tectos e calendários fixos acabaram por limitar essa flexibilidade desejada’.

Aquela alta patente das forças americanas demarcou-se por outro lado da política da administração do presidente George Bush, ao reagir a uma das questões de colocadas por um dos senadores do painel do comité do senado das forças armadas.

Na sua reacção, Abizaid sustentou que, apesar de achar que o actual nível das forças americanas no Iraque é suficiente, deveria ter havido um reforço da presença militar logo após a invasão ao Iraque, liderada pelas forças americanas, por forma a se evitar, segundo ele, que a degradação da situação chegasse ao estado em que actualmente se encontra.

Por seu lado o senador republicano John McCain, encarado como um potencial candidato às eleições presidenciais de 2008, criticou aquele general e comandante das forças americanas no Iraque, devido a sua aparente posição em defesa do actual status quo em face de má situação militar no terreno.

Reagindo as criticas daquele influente senador republicano, o general John Abizaid, disse que pelo contrario, a sua posição passa pela de defesa de um maior protagonismo das forças iraquianas no terreno, libertando assim as tropas americanas desse papel.

Para aquele general, uma das chaves da questão da segurança no Iraque está definitivamente relacionada a transferencia com a brevidade que for possível, das unidades de elite iraquianas, para a linha de frente.

Para que isso aconteça, sustenta ainda o comandante das forças americanas no Iraque, será necessário um aumento do numero de instrutores americanos em acções de treinamento das unidades iraquianas.

Abizaid instou ainda o governo do primeiro ministro iraquiano, Nouri al Maliki a demonstrar mais confiança na capacidade das forças armadas.

‘Eles necessitam ser apoiados pelo seu próprio governo. O governo precisa deixar de apoiar as milícias sectárias. Precisam desmantelar as milícias sectárias’.

O general John Abizaid reconheceu, entretanto haver indicações de que o governo está de facto a ganhar uma maior confiança nas suas tropas, pelo que segundo ele deveria utilizar essas mesmas forças no combate das milícias, particularmente a liderada pelo clérigo radical shiita Moqtada al Sadr.

Aquele comandante das forças americanas no Iraque revelou ter inclusive abordado esse aspecto, no encontro que manteve nesta ultima segunda feira com o primeiro ministro Nouri Al Maliki.

‘Eu penso que ele deve reagir contra as milícias Sadr, isto se o Iraque quer tornar-se num estado soberano e independente. Penso que ele vai usar o exército iraquiano para assim agir e vai usar a actividade política para garantir o seu desarmamento’.

O general John Abizaid realçou ainda perante o comité do senado das forças armadas, como essencial a necessidade em se fazer do Iraque, uma experiência de sucesso, sob pena de um eventual desaire, e citamos, poder abrir as portas à desestabilização total da região.