A Austrália Repatriou 37 Timorenses

A Austrália repatriou 37 timorenses após terem expirado os seus vistos de protecção. O grupo tinha fugido de Timor Leste após a recente violência sectária, tendo muitos dos repatriados sido enviados contra a sua expressa vontade.

Assistiram-se a cenas emocionais no aeroporto de Darwin quando os timorenses deram inicio a curta viagem de regresso. Muitos não o desejavam fazer. Tinham procurado refugio na Austrália, em Maio na sequência da onda de violência na capital timorense, a cidade de Dili, e tinham insistido em que não seria seguro regressar a casa.

Entre os repatriados estava um homem que perdera a mãe e cinco irmãos nos actos de violência, queimados vivos quando um grupo de malfeitores incendiou a sua residência.

Dois outros timorenses que estão a receber tratamento hospitalar permanecem na Austrália com as respectivas famílias.

José Gusmão, da comunidade timorense na cidade australiana de Darwin, afirmou que os que foram repatriados enfrentam um futuro incerto.

‘Muitos deles perderam as suas casas. As suas casa foram pilhadas, foram destruídas e incendiadas. Os indivíduos que lhes queimaram as casas tem afirmado que eles escaparam, mas que quando regressarem iremos dar-lhes uma lição.’

A onda de violência do inicio deste ano entre soldados de varias áreas do pequeno país forçaram muitos residentes de Dili a fugir em pânico das suas casas. Dezenas de milhar de pessoas ainda vivem em campos, receosos de regressarem a casa embora a situação política tenha estabilizado.

Lava Kohaupt e uma conselheira de um campo de refugiados em Darwin. Segundo ela, aquele grupo de timorenses desejava permanecer na Austrália, até que fosse seguro regressar a casa.

‘Penso que nenhum deles pensava em ficar na Austrália. Penso que todos estão contentes em poder regressar. Trata-se da altura para o fazer, pois muitas pessoas receiam que a situação em Timor Leste ainda não está resolvida para poderem voltar. Não se trata de regressar, mas do facto de regressarem neste momento’.

A Austrália, a Nova Zelândia, Portugal e a Malásia enviaram tropas e agentes da policia para Timor Leste após a onda de violência para ajudar a restaurar a paz. O governo australiano anunciou ontem, segunda feira, o envio de mais militares para se juntarem ao cerca de milhar de outros que ali se encontram.

O governo australiano sustenta que a violência em Dili é esporádica e tem insistido em que Timor Leste possui segurança suficiente para o regresso dos refugiados.

As Nações Unidas aceitaram recentemente enviar para Timor Leste mais de mil e 600 agentes da policia.