Não Vão Assinar o Acordo

Com o prazo limite de hoje à noite a aproximar-se rapidamente, os rebeldes de Darfur insistem que não vão assinar o proposto acordo.

Altos diplomatas dos Estados Unidos, Canada, Grã-Bretanha, Líbia e União Africana realizaram vários encontros com representantes do governo do Sudão e das duas principais facções rebeldes.

O mediador principal Ahmed Tugod, do Movimento para a Igualdade e Justiça, um dos dois grupos rebeldes, afirmou que apesar de intensas consultas nos últimos dias, nada de substancial mudou.

“Se recusarem reabrir as negociações, julgo que infelizmente será o fim desta ronda de negociações. Porque os movimentos não aceitarão o documento e isso significa que não haverá forma de se poder assinar esse documento. Por isso o melhor é irmos para casa para não se estar a gastar mais tempo e recursos”.

Os Estados Unidos, em particular, têm sido muito visíveis nesta fase critica do processo. O secretario de Estado assistente, Robert Zoellick, lidera a delegação americana que muito tem tentado para se alcançar um acordo que agrade a ambas as partes.

Richard Mills é o porta-voz da delegação americana.

“De facto temos uma situação onde a União Africana desempenhou um papel mediador. Produziram um bom texto para servir de base para discussões. O governo aceitou-o, mas os movimentos não. Estamos por isso numa situação onde tentamos trabalhar e pensar em formas de criar pontes para as diferenças junto das pessoas. E isso vai envolver compromissos e é nisso que estamos a trabalhar. Precisamos de nos manter focados de que o objectivo real é alcançar um acordo de paz que beneficie a população de Darfur.”

Os rebeldes tem uma historia de serem muito combativos, tornando-se difícil para eles concordarem com qualquer grande decisão. As conversações, na sua sétima ronda, arrastam-se há dois anos, enquanto a violência em Darfur vai piorando.

Existem receios de que a violência em Darfur possa tornar-se num conflito a escala regional se não for alcançado um acordo em Abuja.