O Conselho de Segurança das Nações Unidas iniciou, na segunda-feira, um debate versando as operações militares israelitas nos territórios palestinianos, horas depois de ter ocorrido mais um atentado terrorista em Telavive.
A sessão foi solicitada pelos países árabes, depois dos Estados Unidos terem bloqueado, na semana passada, uma declaração que instava Israel a conter o recurso excessivo à força, que tem colocado em perigo a vida de civis palestinianos.
Mais de dez países inscreveram-se para criticar as operações militares israelitas. Entre eles a Síria, o Irão a Arábia Saudita, o Paquistão, a Indonésia o Egipto, Cuba e a Venezuela.
Mas, a sessão em questão ficou ensombrada pelo registo de mais um atentado bombista contra um restaurante de comida rápida em Telavive, reivindicado pelo grupo Jihad Islâmico.
Membros do movimento Hamas, no poder na Palestina consideraram, entretanto, o atentado de uma legítima resposta à agressão israelita.
Já o representante palestiniano na ONU, Ryiad Mansour, preferiu condená-lo e relembrou que a mesma atitude tivera o líder palestiniano, Mahmoud Abbas.
Mansour relembrou, todavia, durante a sessão de debates que a recente intensificação da campanha militar israelita na Faixa de Gaza, tinha por resultado, a morte de 21 elementos da população civil palestiniana, incluindo duas crianças.
Disse Mansour: “Israel, a potência ocupante tem, de forma rígida, violado as leis internacionais, incluindo o assassinato, tem ferido de civis palestinianos e tem como de prática execuções extra judiciais. A potência ocupante tem, de forma continuada, estado a cometer esses crimes contra o povo palestiniano numa base regular e ante a mais completa completa impunidade.”
O embaixador israelita, Dan Gillerman insurgiu-se em defesa da campanha militar de Israel nos territórios ocupados.
Gillerman disse, a propósito, que as acções são necessárias, para evitar novos ataques contra alvos israelitas: “Acções de morte e de terror, bombistas suicidas e matanças brutais, alertas e ameaças diárias de terrorismo. Apelamos a comunidade internacional e ao Conselho de Segurança da ONU para que adoptem medidas para se tentar evitar tais mortandades, que estão, infelizmente, a acontecer neste momento.”
Por seu lado, o embaixador dos Estados Unidos, John Bolton disse que Washington lamenta a perda de vidas humanas como consequência das operações militares israelitas na Faixa de Gaza, mas observou que a responsabilidade pela prevenção dos ataques terroristas cabe à autoridade palestiniana. Bolton instou ainda a ONU a não tomar partido na disputa:
“As Nações Unidas devem desempenhar um papel crucial no conflito israelo-palestiniano, encorajando ambos os lados a darem os passos necessários no sentido do progresso no quadro do roteiro da paz. As Nações Unidas não podem favorecer uma das partes do conflito.”Enquanto isso, o secretário-geral das Nações Unidas, Koffi Annan, revelou que planeia convocar, para o próximo dia 9 de Maio, em Nova Iorque, mais uma reunião do Quarteto para o Médio Oriente.
Recorde-se que o chamado Quarteto para o Médio Oriente, inclui os Estados Unidos, a Rússia a União Europeia e o Conselho de Segurança da ONU. Annan disse ainda que vai convidar os países da região a participarem na reunião, para que a situação seja analisada.
O secretário-geral da ONU condenou também o atentado suicida de segunda-feira, em Telavive e apelou às autoridades palestinianas para que façam o mesmo.