O presidente em exercício da União Africana, reuniu-se no fim de semana com as facções beligerantes na Costa do Marfim, na esperança em ver implementado o acordo de cessar fogo.
O presidente congolês, Dennis Sassou Nguesso, terminou a visita de dois dias àquele país da África Ocidental, com conversações envolvendo figuras de proa da política marfinense e manifestou-se no fim do encontro, optimista quanto ao futuro do país.
Falando a jornalistas, no fim da visita a capital comercial do país, Abidjan, Sassou Nguesso admitiu a existência de problemas que necessitam ainda ser superados, mas garantiu deixar a Costa do Marfim com o sentimento de que as coisas estão a avançar na direcção certa.
Dennis Sassou Nguesso encontrou-se, durante o fim de semana, com quatro figuras destacadas do conflito marfinense, nomeadamente com o presidente Laurent Gbagbo, o ex presidente Henri Konnan Bedie, o líder da oposição, Alassana Ouatarra e com o líder dos rebeldes, Guilaume Soro.
A reunião foi a segunda do género a ter lugar na Costa do Marfim, desde o início da guerra civil naquele país e contou ainda com a presença do primeiro-ministro do governo de transição, Charles Konan Banny.
O líder congolês assumiu a presidência da União Africana em Janeiro último, quando aquela organização decidiu endossa-lo para a liderança, que originalmente deveria ser atribuída ao Sudão.
O conflito na Costa do Marfim conheceu já vários mediadores, desde que os rebeldes assumiram o controlo da metade norte do país em finais de 2002 e, desde então, todas as partes envolvidas foram signatárias de sucessivos acordos de paz, que nunca chegaram, entretanto, a serem implementados.
Esforços levados a cabo no ano passado pelo presidente sul africano, Thabo Mbeki no sentido da pacificação do país e da realização de eleições resultaram infrutíferas e o presidente Laurent Gbagbo viu prorrogado, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o seu mandato por mais um período de 12 meses.
O novo líder da União Africana tem agora até ao próximo mês de Outubro, a missão de preparar as eleições na Costa do Marfim.
Entretanto, dois grandes obstáculos poderão comprometer os esforços da mediação congolesa, nomeadamente o processo de desarmamento dos rebeldes do Norte e das milícias do Sul, a par do recenseamento dos cidadãos costa-marfinenses.
Relativamente a estes dois aspectos, Dennis Sassou Nguesso reconhece que alguns progressos foram, entretanto, conseguidos.
Todas as partes, salientou Nguesso, manifestaram a disposição de iniciar o processo de desarmamento e de identificação. Os dois aspectos estão relacionados e poderão levar à reunificação dos país
Cerca de dez mil ´´capacetes azuis´´ das Nações Unidas e um contingente das tropas francesas mandatadas pela ONU encontram-se estacionados na Costa do Marfim com a missão de patrulhar a zona tampão que separa o Norte controlado pelos rebeldes ao Sul pelas forcas governamentais.