Cabo Verde / MPD : Novo Lider Precisa-se !

Em Cabo Verde, o MPD reuniu no fim de semana ultimo, a sua Conselho Nacional, por sinal a primeira da cúpula daquele maior partido da oposição cabo-verdiana, desde o ultimo pleito eleitoral, para analisar entre outros aspectos as causas do desaire eleitoral do partido nas recentes eleições legislativas e presidenciais no pais. A reunião ficou igualmente marcada pela decisão do líder do MPD, Agostinho Lopes de colocar o cargo de presidente a disposição do partido e consequentemente a convocação de uma convenção para a eleição de uma nova liderança. Sobre as conclusões da reunião, o nosso colega Nelson Herbert, conversou com o porta-voz do MPD, Américo Silva.

VOA: Este fim de semana, a cúpula do Movimento para a Democracia, o MPD esteve reunido pela primeira vez, desde as eleições legislativas de Janeiro último. Que conclusões ou resoluções a destacar desse encontro.

Américo Silva: Em primeiro lugar devo dizer que esta reunião decorreu num clima de muita serenidade apesar de analisarmos os resultados das eleições presidenciais e legislativas que não foram favoráveis para o partido. Mas o facto mais relevante do encontro foi o anuncia feito pelo presidente do partido, o engenheiro Agostinho Lopes que comunicou a direcção nacional do partido e ao pais e de uma forma muito honrosa a sua decisão de colocar o cargo de presidente a disposição do partido. Com esse gesto abriu assim a possibilidade do partido ter de eleger um novo líder, algo que vai ser possível durante a próxima convenção extraordinária, com caracter electivo agendado para os próximos dias 21, 22 e 23 de Julho do corrente ano.

VOA: Em termos de candidatos à liderança, foi avançado algum nome?

AS: Não, não houve qualquer anúncio nesse sentido. Como disse a próxima convenção vai ser de caracter electivo pelo que não se exclui a possibilidade do MPD encontrar uma candidatura que seja consensual para cumprir a principal meta do partido que e a vitoria nas eleições autárquicas de 2008.

VOA: E claro como reconhece o MPD ano atingiu os objectivos preconizados, tanto para as eleições legislativas como para as residenciais. E durante a reunião da Comissão Nacional do partido, do fim de semana foram identificadas as razões que terão estado por detrás dessas duas derrotas?

AS: Foi feita uma análise global, de todos os círculos eleitorais. E penso que numas eleições foi o que ficou patente. Vários factores acabam por concorrer para a derrota de um partido. Por outro lado, nos concorremos com a possibilidade de ganhar em contra ciclo e o normal, hoje , nas democracias modernas é a de um ciclo de um partido ser de pelo menos dois mandatos e nos estávamos a concorrer com um partido que tinha apenas um mandato num clima extremamente favorável em termos de financiamento externo, diria numa conjunta externa bastante favorável. Portanto, as hipóteses a partida não eram muito acessíveis para o nosso partido.

VOA: Falemos de um outro aspecto… o voto do emigrante, da diáspora cabo-verdiana e os protestos do MPD a forma como a votação decorrei nesse circulo…Óbvio que a questão foi analisada pela Comissão Nacional e a que conclusão se chegou ?

AS: O que houve de concreto e a decisão do MPD de trabalhar de forma mais efectiva e mais próxima com os cabo-verdianos que estão na diápora. Para nós, Cabo Verde é constituído pelos cabo-verdianos que residem nas ilhas e pelos que se encontram na diáspora . Portanto, a falha aqui, e nossa e do partido que não conseguiu levar a sua mensagem a emigração, que não conseguiu trabalhar convenientemente para garantir o voto do emigrante. Pensamos que o próximo líder vai trabalhar nesse sentido. A emigração será uma das apostas fortes da nova liderança, por ser parte da nação cabo-verdiana e nos queremos que os emigrantes votem e participem na vida política e no desenvolvimento do país.