A Costa do Marfim é um dos primeiros países a beneficiar de um novo fundo de emergência das Nações Unidas. O milhão de dólares destinado aos escritórios de Abijan vai ser usado para fornecer alimentos, água e protecção aos agricultores do país.
O Fundo Central de Resposta de Emergência vai conceder imediatamente verbas para ajuda humanitária em situações de crise extrema. Cerca de 500 milhões de dólares devem ser atribuídos ao fundo, metade dos quais já foram prometidos.
A Costa do Marfim recebeu cerca de um milhão, sendo a única outra região a ter recebido assistência, similar ao que foi feito para a região afectada pela seca do Corno de África e o Quénia.
Na Costa do Marfim, as agencias da ONU e as organizações não governamentais vão fornecer 14 mil agricultores deslocados e respectivas famílias dos arredores da localidade de Guiglo, de alimentos, água e protecção.
O coordenador da ONU da ajuda de emergência, Jan Egeland, que visitou recentemente a Costa do Marfim, indicou que milhares de vidas se encontram em perigo, e que a crise humanitária é causada em grande medida pela insegurança crónica.
O coordenador humanitário para a Costa do Marfim, Mar Dieye, orgulha-se de ter obtido o financiamento ...
‘Os nossos pedidos foram bem sustentados, e o crédito deve ser dado aos meus colegas que foram muito rápidos a apresentar o pedido e em obter luz verde de Nova Iorque. Trata-se de um exemplo a seguir noutros locais quando ocorra uma emergência ...’
A região ocidental da Costa do Marfim não é considerada segura pela ONU, desde que apoiantes do governo tomaram de assalto, em Janeiro, uma base dos capacetes azuis situada em Guiglo. O incidente constitui a reacção ao que os jovens apoiantes do presidente Laurent Gbagabo ... de interferência da ONU no conflito entre o governo e os rebeldes do norte que dividiu o país em 2002.
Capacetes azuis em pânico mataram varias pessoas em Guiglo, e fugiram da sua base. Os trabalhadores humanitários da ONU foram igualmente retirados da área.
Dieye sublinha que eles têm o dever de regressar ...
‘Não podemos deixar de ali estar, muito embora a nossa avaliação seja a de que existe um vazio de segurança na região ocidental. São os que são mais necessários naquela área. Embora não tenha sido garantida a segurança não deixamos de prestar apoio às populações. Desejamos alargar as nossas operações e para que isso ocorra ... necessitamos de segurança ...’
Embora os alimentos e a água devam ser imediatamente fornecidos, o pessoal da ONU só regressará gradualmente a base de Duekoue, o mesmo a acontecer com os capacetes azuis.
Mais de seis mil soldados da ONU e quatro mil elementos da força francesa de reacção rápida encontram-se no terreno, tendo por vezes que lidar com manifestantes enfurecidos, bem como as milícias armadas e o exército.