Crise Político-Militar nas Filipinas

Uma situação de impasse em redor da unidade de ”marines” Filipinas terminou pacificamente no domingo à noite, à medida em que a crise política naquele país se parece estar a agravar. O incidente começou quando um popular comandante daquela força foi afastado do comando. Centenas de fuzileiros filipinos amotinados, escoltados por três carros blindados, marcharam em formação e concentraram se em frente ao quartel da sua unidade de elite para protestar contra a demissão do seu popular comandante o major general Renato Miranda.

Dezenas de freiras e padres entoaram canções de paz e rezaram o terço ao mesmo tempo em que milhares de pessoas se concentravam em frente ao quartel general dos fuzileiros ao fim da tarde.

A antiga presidente Corazon Aquino, antiga apoiante de Gloria Arroyo mas que agora pede a sua demissão foi proibida de entrar no quartel, mas manifestou-se perto do local com os seus apoiantes.

A presidente Arroyo declarou o estado de emergência, na sexta feira, afirmando que o seu governo tinha impedido um golpe por oficiais militares descontentes e por membros da oposição da esquerda e direita.

Arroyo declarou o estado de emergência quando o país se preparava para celebrar o vigésimo aniversario da revolução popular que levou ao derrube do ditador Ferdinand Marcos.

A confrontação de domingo terminou abruptamente oito horas depois de ter começado, mas não foram dadas explicações.

O novo comandante dos fuzileiros, o brigadeiro general Nelson Allaga, que esteve dentro do quartel general dos fuzileiros durante horas com o afastando comandante e os seus oficiais, disse apenas que um acordo tinha sido alcançado.

O senador na oposição, Jun Magsaysa, que esteve no quartel dos fuzileiros e disse que a crise nas Filipinas se está a aprofundar: ”Há poucos dias atrás foi imposto o estado de emergência. Isto é o que se pode chamar uma ditadura que se impõe aos poucos. Isso não está bem, Quando se começa a ir longe demais, ao fim de certo tempo, o povo une-se e talvez comece a reagir. Penso que chegámos agora a esse ponto ”.

A presidente Arroyo deu ordens para o encerramento de todas as escolas esta segunda-feira.

Desafiando a proibição das manifestações cerca de 500 manifestantes ajuntaram se na universidade das Filipinas ao cair da noite de domingo, prometendo ali permanecer até Arroyo se demitir.

O porta voz da embaixada americana em Manila, Matthew Lussenhop, disse que a embaixada está a seguir a situação com muita atenção. Disse ele estar à espera que o povo filipino encontre soluções pacíficas através de meios institucionais. E acrescentou que os EUA acreditam seriamente no princípio e prática de um controlo civil sobre as forças militares profissionais.

A presidente Arroyo continua, entretanto, a prender os seus oponentes. Um antigo chefe da polícia e um congressista da oposição foram detidos para serem interrogados e um jornal da oposição foi alvo de uma busca pela policia depois do estado de emergência ter sido anunciado.