Nomeação de um novo presidente da União Africana

A recente nomeação de um novo presidente em exercício da União Africana, o chefe de estado do Congo-Brazzaville, Denis Sassou-Nguesso, acrescentou uma nova face aos esforços de mediação na Costa do Marfim.

Nguesso manteve imediatamente um encontro com o primeiro-ministro interino marfinense, Charles Konan Banny, a quem garantiu de que iria liderar a mediação na Costa do Marfim.

Esses esforços tem recentemente causado muita confusão. Quando ainda era chefe da União Africana, o presidente da Nigeria, Olusegun Obasanjo, deslocou-se a Abidjan para atenuar as tensões por entre os protestos de então contra as Nações Unidas.

Obasanjo afirmou então que cabia ao presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, e ao primeiro-ministro Banny decidirem juntos se o parlamento podia ser dissolvido. A recomendação de um grupo de trabalho internacional para a dissolução do parlamento marfinense, causou a fúria nas ruas.

Vários dias mais tarde, Gbagbo decidiu, unilateralmente, prolongar o mandato do parlamento, um órgão que tem repetidamente bloqueado reformas para a paz no país.

A decisão de Gbagbo foi condenada pelo secretario - geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

Mas o líder dos Jovens Patriotas pró - Gbagbo, que chefiou os protestos, Charles Ble Goude, acusou Annan de estar a ser manipulado pelas potências ocidentais.

Goude afirmou esperar que uma nova chefia da União Africana evite isso.

“Não conheço bem Sassou-Nguesso, o recém - nomeado líder da União Africana, pelo que não posso falar muito dele, mas o que eu sei sobre ele é que é forte para lidar com assuntos africanos de uma maneira africana – reconciliando, juntando as pessoas e não receber ordens de outros.”

Esta semana, uma delegação sul-africana esteve na Costa do Marfim para o seu próprio esforço de mediação. O chefe do grupo, o ministro da Defesa da África do Sul, afirmou que o assunto do parlamento tinha sido resolvido, apesar de somente apenas o lado do presidente marfinense ter concordado.

O presidente sul-africano Thabo Mbeki tem sido um mediador especial para a Costa do Marfim desde finais de 2004. Tem irritado a oposição e os rebeldes que o acusam de estar do lado de Gbagbo, fazendo o seu actual papel vago.

Para acrescentar a confusão sobre quem e o mediador neste conflito estão comunicados de que Obasanjo continuara os seus esforços de paz, como parte do papel que a CEDEAO está a tentar desempenhar.

O chefe da missão das ONU na Costa do Marfim, Pierre Schori, afirmou ser compreensível que todos tentem ajudar, incluindo a União Africana.

“Primeiro foi a organização regional CEDEAO, depois a União Africana que pegou na crise na Costa do Marfim e depois passou para o Conselho de Segurança da ONU. Por isso, temos organizações regionais a desempenharem um papel primário e depois vem a ONU para tentar juntar tudo. Mas precisamos de todos eles.”

Gbagbo e Banny, com a ajuda dos mediadores e das Nações Unidas, são supostos organizarem o desarmamento e eleições antes de Outubro. Apoiantes de Gbagbo dizem agora que o período de transição deve ser prolongado pelo menos por mais um ano. Os mediadores ainda não se debruçaram sobre essa sugestão.