O presidente Bush inicia o ano de 2006 com a controvérsia sobre a decisão de desencadear um programa que permite a Agencia Nacional de Segurança interceptar chamadas telefónicas e correio electrónico de pessoas nos Estados Unidos. Bush insiste que o programa constitui uma arma essencial na guerra contra o terrorismo.
O programa aplica-se a chamadas telefónicas e ao correio electrónico quando alguém nos Estados Unidos se encontra em contacto com uma pessoa nos estrangeiros que se considera tenha relacionamento com a al-Qaida. Segundo a instrução presidencial, a obtenção de um mandato do tribunal para realizar a escuta, é em essência, ignorada.
O jornal New York Times divulgou a noticias da operação secreta de escutas no mês de Dezembro, e desde então o presidente tem defendido vigorosamente o programa, sublinhando que aqueles que revelaram a sua existência danificaram a segurança nacional dos Estados Unidos.
George W Bush voltou a falar do programa quando se avistou com os jornalistas no primeiro dia do ano, após uma visita a militares feridos que se encontram no estado do Texas.
'Estamos em guerra. E como comandante chefe tenho de usar todos os recursos ao meu dispor, dentro da lei, para proteger o povo Americano, e é isso precisamente o que estou a fazer.'
Todavia, alguns críticos sugerem que a administração terá manipulado a lei, e citam a protecção constitucional contra buscas e apreensões inapropriadas, e destacam que ate mesmo em situações em que a actuação e essencial, um mandato retroactivo constitui uma opção.
Durante um breve período de perguntas e respostas num hospital militar de Santo António, o presidente Bush foi inquirido sobre as noticias referindo que um elemento superior do departamento da Justiça levantou serias duvidas sobre o programa, muito antes de a sua existência se ter tornado do domínio publico. Bush respondeu sublinhando tratar-se de um programa importante que se encontra sob constante revisão sendo de amplitude limitada.
'O programa da Agencia de Segurança Nacional resume-se a uns quantos números do exterior dos Estados Unidos de pessoas ligadas à al-Qaida. Noutras palavras, alguém que telefona a alguém, e nós sabemos quem estão a telefonar e o porque ...'
Audiências estão previstas pelo Senado dos Estados Unidos, e principal democrata da comissão Judicial, Charles Schumer, de Nova Iorque, indicou desejar obter o depoimento de funcionários da administração, e esperar que a Casa Branca venha a cooperar com a investigação.
'Espero que a Casa Branca não se esconda sob o privilegio do executivo, e que não pode ser debatido. Trata-se de uma atitude errada. O debate, talvez a alteração da lei, tudo isso é legitimo. A alteração unilateral da lei por que o vice-presidente ou o presidente pensa é errado, sem debate ... não é a norma da América.'
Schumer acentuou que o equilíbrio entre a segurança e a liberdade é delicado, mas sublinhou que no caso do presidente ter considerado existir um problema com a legislação actual de escutas, deveria ter trabalhado com o Congresso para obter uma solução.