Delegados do maior movimento rebelde de Darfur

O Exercito de Libertação do Sudão pareceu largamente dividido durante uma recente conferencia quando delegados do maior movimento rebelde de Darfur elegeram um novo presidente, uma medida que acabou com a histórica liderança.

Essa divisão foi visível em Nairobi quando representantes de um novo grupo recusaram-se inicialmente sentar-se com a antiga liderança numa conferencia convocada pelo subsecretário Zoellick.

Eventualmente, o grupo acabou por participar na reunião, que foi convocado por Zoellick num esforço para unificar os rebeldes antes de uma nova ronda de conversações de paz com o governo sudanes.

Um porta-voz da conferencia que elegeu a nova liderança, Saif Haroun, disse que o seu grupo está disposto a acabar com o conflito sangrento em Darfur que já matou pelo menos 180 mil pessoas e forcou dois milhões a deixarem as suas casas.

“A conferencia estipulou que não haverá mais guerra. Agora vamos para a paz. Por isso que nos organizamos para trabalhar com a comunidade internacional para nos ajudar no processo de paz.”

O novo líder rebelde, Mani Arkko Minawi, não participou na reunião com Zoellick, preferindo ficar em Darfur.

O antigo líder, Abdul Wahid Mohammed Nur, participou e reiterou as suas objecções a mudança na liderança.

Zoellick reconheceu a dificuldade em juntar as facções rebeldes quando se reuniu com a imprensa, após o encontro.

“Pelo facto do dia ter começado com o facto de eu ter tido dificuldade em juntar os grupos à mesma mesa, penso que houve algum progresso ao conseguir que eles ouvissem a minha mensagem combinada com a dos nossos parceiros internacionais.”

Depois da sua reunião com os rebeldes de Darfur, Zoellick tem previsto reunir-se na quarta-feira com destacados funcionários governamentais.

Uma vez mais ele ira pedir cooperação para recomeçar as conversações de paz no final deste mês destinadas a acabar com o conflito em Darfur, onde os rebeldes têm lutado contra milícias leais ao governo sudanes.

Na quinta-feira, Zoellick tenciona visitar o maior campo de refugiados em Darfur (Kalma) onde vivem cerca de 90 mil pessoas que fugiram das suas aldeias para escaparem à violência.