O relatório acusa Benon Sevan

O relatório acusa Benon Sevan, um funcionário de há longa data das Nações Unidas, de ter aceite 150 mil dólares em luvas da companhia petrolífera African Middle East Petroleum, a AMEP.

Aquela empresa é dirigida por um parente do antigo secretário geral da ONU Boutros Boutros Gali. O presidente da comissão de investigação, o antigo presidente do Banco Central americano, Paul Volcker, sintetizou assim as conclusões da investigação.

“Basicamente o que aconteceu foi que detectámos movimentações de fundos da AMEP. Foi essa firma que recebeu o petróleo vendendo-o de seguida a Fred Nadler. Seguidamente foram efectuados uma série de levantamentos de montantes eempre inferiores a 10 mil dólares. Poucos dias ou poucas semanas depois dos levantamentos foram efectuados depósitos em dinheiro nas contas bancárias de Sevan em Nova Iorque. Os depósitos eram acompanhados de chamadas telefónicas. Foi essencialmente o que se passou.”

Sevan de nacionalidade cipriota negou no entanto com veemência essas acusações. Sevan demitiu-se das nações Unidas no domingo mas desconhece-se o seu paradeiro. O secretário-geral da ONU Kofi Annan nomeou a comissão de inquérito independente em Abril de 2004 para investigar alegações de fraude e de corrupção na gestão do programa de troca de petróleo iraquiano por alimentos.

Aquele programa foi elaborado para minorar o impacto junto do cidadão comum iraquiano das sanções impostas ao regime de Saddam Hussein na sequência da invasão do Kuwait. para além de Volcker a comissão integra o juiz sul-africano Richard Goldstone que liderou a acusação no Tribunal Internacional para o Ruanda e para antiga Jugoslávia, e ainda o professor de criminologia suíço Mark Pieth um perito em lavagem de dinheiro.

A comissão publicará um relatório mais pormenorizado no inicio de Setembro e um relatório final em Outubro. Nesses relatórios será clarificada a questão de saber se o secretário geral Kofi Annan interferiu ou não na concessão de contratos a uma firma onde o seu filho trabalhava.