O acordo comercial, criado durante a administração Clinton, e conhecido por Lei de Oportunidade e Crescimento Africano (AGOA) destina-se a facilitar o comercio entre os Estados Unidos e a África, embora encorajando reformas económicas.
Em linha com a política de comercio, e não de ajuda, do antigo presidente Clinton, 37 países africanos tem acesso a benefícios comerciais. Os seus governos também têm acesso à assistência técnica e financeira dos Estados Unidos por forma a implementarem novas políticas económicas e comerciais.
O jornalista senegales Oumar Gaye afirma que muita gente tem esperança de que o AGOA, que foi criado há cerca de cinco anos, acabará por beneficiar os países mais pobres de África.
“As suas expectativas são as de tornarem as coisas mais fáceis para eles. Porque e difícil conseguir um visto ou exportar os seus produtos para os Estados Unidos da América. Eles não têm algumas facilidades para exportarem os seus produtos para os Estados Unidos.”
A reunião de Dacar de três dias principiou na segunda-feira. A secretaria de Estado norte-americana Condoleezza Rice participa na conferencia como parte da sua primeira viagem à África Ocidental desde que foi nomeada para aquele cargo no principio do ano.
O activista da sociedade civil Alouine Tine, afirmou que a presença do chefe da diplomacia da América na reunião da AGOA e um sinal encorajador.
“ (A sua presença) dá grande credibilidade a reunião. E significa que os Estados Unidos estão realmente empenhados em ajudar no desenvolvimento de África. De ajudar o mercado livre de África.”
Mas Alouine Tine afirmou que o AGOA não lida ainda seriamente com o que se tornou uma das maiores raízes da insegurança económica.
Alouine Tine referia-se ao problema da agricultura onde os produtos africanos não podem concorrer com produtos da América e da Europa, tanto em termos de qualidade como de preço.
Alguns peritos económicos africanos responsabilizam os subsídios de exportação americanos pelos preços artificialmente baixos dos produtos tornando impossível competir com eles. Os Estados Unidos prometeram reduzir certos subsídios agrícolas. Mas na cerimonia de abertura da reunião de Dacar, o secretario norte-americano da Agricultura, Mike Johanns, afirmou que qualquer decisão nesse sentido terá de esperar até a realização da conferencia da Organização de Comercio Mundial no final deste ano.
O coordenador regional para a África Ocidental da campanha de comercio livre da ONG Oxfam, Mouhamet Lamine Ndiaye, afirmou que tanto os Estados Unidos como a Europa precisam fazer mais.
“O que escutamos soa-nos a ilusão. Os Estados Unidos estão a pedir a Europa para que o faça primeiro. E a Europa está a pedir aos Estados Unidos à mesma coisa. Por isso e como um jogo de pingue-pongue, onde um das partes pede a outra para tomar a iniciativa.”
Ndiaye que participa na reunião diz que embora a AGORA seja um bom primeiro passo, tem feito pouco para debelar o crescente déficit comercial de África.
“Até agora o grande beneficiado tem sido os Estados Unidos e não os países da África sub-Saariana”, disse.
O secretario norte-americano da Agricultura falando segunda-feira na conferencia, sublinhou a promessa dos Estados Unidosde acabar com os subsídios as exportações de algodão como prova do empenhamento da América para com a África.
O altamente subsidiado sector do algodão dos Estados Unidos tem sido responsabilizado por muitos como sendo asfixiante para a própria industria algodoeira da África Ocidental.
A conferencia da AGOA em Dacar termina na quarta-feira.