Nem Straw nem Condoleezza Rice caracterizaram a reunião da próxima semana como um ultimo esforço, mas disseram que se a iniciativa europeia, que se prolonga há dois anos, vier a falhar, levar o assunto ao Conselho de Segurança da ONU para possíveis sanções contra Teerão é uma opção.
Numa conferencia de imprensa conjunta após conversações com Rice, o chefe da diplomacia britânica afirmou que ele e os seus colegas francês e alemão, Michel Barnier e Joschka Fischer, respectivamente, concordaram reunir com uma delegação iraniana no principio da próxima semana, provavelmente em Paris.
Os três países europeus procuraram o encontro depois de Teerão ter anunciado que ia recomeçar a enriquecer urânio em violação de um acordo efectuado em Novembro do ano passado para suspender essa actividade enquanto prosseguissem conversações.
O secretário do “Foreign Office” afirmou que se as conversações fracassarem, os europeus estão prontos para enviar o assunto de volta a Agencia Internacional de Energia Atómica que, por sua vez, o endossará ao Conselho de Segurança da ONU.
“Os três países europeus tornaram claro, com conhecimento de outros ministros de Negócios Estrangeiros, que se reservam ao direito de considerar reabrir o assunto perante a Agencia Internacional de Energia Atómica ou referir o assunto ao Conselho de Segurança se julgar ser esse o direito e as obrigações de ambas as partes no acordo de Paris e outros acordos anteriores não cumpridos. O propósito das negociações com o Irão e o de tentar evitar essa circunstancia no contexto de assegurar que hajam garantias objectivas sobre as intenções nucleares do Irão.”
A administração Bush tem mostrado abertamente cepticismo sobre as repetidas afirmações do Irão de que o seu programa nuclear e inteiramente pacifico, acusando-o de desenvolver um programa de armas escondido.
Mas Condoleezza Rice reafirmou o apoio dos Estados Unidos para a iniciativa europeia, que oferece ao Irão uma serie de incentivos económicos para por fim a sua actividade nuclear suspeita.
Rice disse que se deve prosseguir com a iniciativa para dar ao Irão uma oportunidade para fazer aquilo que deve fazer:
“Ficamos a par das consultas e discussões em curso. Penso ser honesto dizer que há alguns meses atras, antes do presidente Bush visitar a Europa, as pessoas julgavam haver um certo distanciamento entre os Estados Unidos e os três países europeus sobre como lidar com o assunto. Julgo que agora estamos em consonância na forma de enfrentar o assunto.”
A administração Bush ofereceu os seus próprios incentivos, incluindo o fim da proibição de venda de peças sobressalentes para aviões ao Irão e o fim da oposição ao pedido de adesão de Teerão a Organização de Comercio Mundial, para apoiar o esforço europeu.
O governo do Irão disse na terça-feira ter poucas esperanças em alcançar um acordo na próxima semana, afirmando que os europeus são reféns do que classificou de uma posição dura dos Estados Unidos.