Os Estados Unidos apelaram a todos os partidos políticos da Etiópia para se conterem

Os Estados Unidos apelaram a todos os partidos políticos da Etiópia para se conterem enquanto estão a ser investigadas as alegações da oposição de pressões durante a campanha eleitoral e nas assembleias de voto.

O porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse que 17 equipas de observadores da Embaixada dos Estados Unidos participaram conjuntamente com elementos da União Europeia e do Centro Carter, incluindo o antigo presidente americano Jimmy Carter, na monitorização das eleições etíopes.

Boucher afirmou a jornalistas que a leitura inicial dos monitores foi de que, embora tivesse havido irregularidades administrativas e processuais, tal como falta de boletins de voto e lentidão na movimentação de filas de eleitores para votarem, não pareceu que houvesse fraude sistemática.

Mas disse que políticos da oposição alegaram ter havido intimidação e assedio tanto na votação como na campanha eleitoral e apelou a calma enquanto as reivindicações estão a ser investigadas.

“Esperamos que a oposição, o partido maioritario e o governo mantenham uma atmosfera pacifica e respeitem os resultados das eleições e contenham-se de violência nesta conjuntura. Estamos preocupados sobre uma decisão do governo da Etiópia de proibir manifestações pos-eleições, e a nossa embaixada esta a monitorar a situação de perto.”

O governo etíope informou que estavam proibidas manifestações publicas ate ao próximo mês para manter a ordem enquanto se procede a contagem dos votos. Resultados provisórios deverão ser conhecidos no final da semana e os resultados oficiais no dia 8 de Junho.

As eleições de domingo, que terão tido a participação de 90 por cento dos eleitores etíopes registados, foram as terceiras plenas na história do país.

O porta-voz Boucher afirmou que se as reivindicações de fraude da oposição forem verdadeiras, levanta questões sobre o empenhamento do governo etíope em efectuar reformas democráticas reais.

No principio de Abril, o Departamento de Estado expressou desapontamento sobre a expulsão da Etiópia de membros de três ONG’s americanas que ajudavam a preparar as eleições.

Na semana passada, a organização Human Rights Watch acusou o partido governamental etíope de repressão política em larga escala da oposição no estado meridional de Oromia, a mais populosa região da Etiópia. A acusação foi vigorosamente desmentida por Adis Abeba.

O partido do primeiro-ministro Meles Zenawi está a reclamar a vitória com base nos primeiros números conhecidos da votação. Mas os partidos da oposição parece terem aumentado substancialmente o numero dos seus deputados no parlamento, nomeadamente tendo ganho todos, ou a maior parte dos assentos na capital, Adis Abeba.