Instabilidade na Guine Bissau

A Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) esta preocupada de que a potencial continuação da instabilidade na Guine-Bissau possa reduzir o empenhamento da comunidade internacional para com o pais, privando-a da “necessariamente desesperada” ajuda.

Essa preocupação foi sublinhada quinta-feira pelo secretario-executivo da CPLP, o diplomata cabo-verdiano Luis Fonseca, numa entrevista concedida a agencia noticiosa portuguesa “Lusa” na sede da organização de oito países em Lisboa.

Embora sublinhando que a CPLP não tem intenção de “interferir” nos assuntos internos da Guine-Bissau, que se encaminha para eleições presidenciais em Junho próximo, Luis Fonseca apontou para “certas atitudes” em Bissau que contradizem “o espirito de normalização política”.

Enquanto Luís Fonseca não tivesse mencionado nomes, os seus comentários pareciam ser dirigidos a recentes ameaças e comunicados inflamatórios feitos por Kumba Iala, um candidato presidencial e antigo chefe de estado que foi deposto por um golpe militar em 2003.

A CPLP, disse o seu secretario executivo, não tem preferencia entre os 21 potenciais candidatos presidenciais, que inclui um outro antigo presidente derrubado pelo exercito, “Nino” Vieira.

Luís Fonseca no entanto fez uma chamada de atenção ao eleitorado guineense para ter em mente a “extremamente grave” situação económica e social do pais, assim como as esperanças da comunidade internacional por estabilidade e a restauração plena da regra constitucional.

O diplomata cabo-verdiano afirmou que as preocupações da CPLP em relação a Guine-Bissau espelham anteriores posições tomadas por Portugal, a antiga potência colonial, a União Europeia, primeiro parceiro de ajuda de Bissau e o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A CPLP, acrescentou o seu secretario executivo, ira ajudar o processo eleitoral através do envio em breve de um representante permanente para Bissau, assim como uma equipa de observadores as presidenciais de 19 de Junho.