No sábado, 7 decembro, um juiz condenou a longas penas três antigos agentes da Polícia Rodoviária Federal do Brasil pela morte, em 2022, de um homem negro que morreu por asfixia no porta-bagagens de um veículo ligeiro cheio de fumo.
O vídeo dos agentes mantendo Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, à força no porta-bagagens da viatura policial, enquanto uma densa nuvem do que parecia ser gás lacrimogéneo saía do carro, provocou indignação em todo o Brasil e protestos em Umbaúba, no estado de Sergipe, no nordeste do país.
A polícia disse que o homem demonstrou comportamento agressivo e “resistia ativamente” aos polícias que o pararam. Os agentes imobilizaram-no e usaram “instrumentos de menor potencial ofensivo” para o conter.
Ouviram-se gritos do homem e os meios de comunicação social locais noticiaram mais tarde que a vítima tentou explicar que estava a tomar medicação para distúrbios psiquiátricos.
No final de um julgamento de 12 dias, os jurados consideraram os agentes culpados de torturar e matar Genivaldo. O juiz Rafael Soares condenou Paulo Rodolpho Lima Nascimento a 28 anos de prisão por homicídio, de acordo com um comunicado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Soares condenou os outros agentes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas, a mais de 23 anos de prisão cada um por tortura que resultou em morte.
Em agosto de 2023, um processo disciplinar interno recomendou a demissão dos três policiais, decisão que foi posteriormente confirmada pelo Ministério da Justiça.
A violência policial voltou a ser destaque no Brasil recentemente. Na última terça-feira, imagens de um policial militar em São Paulo atirando um homem de uma ponte para dentro de um rio provocaram uma reação.
Um dia antes, o G1 publicou um vídeo que mostrava um polícia militar fora de serviço, no mês passado, disparando uma série de tiros e matando um jovem que havia roubado pacotes de sabão. Esse incidente também ocorreu em São Paulo.