O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos Bubacar (LGDH) classificou de declaração de guerra “contra o povo e os princípios democráticos” a afirmação do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas de que não vai permitir que as comemorações de 16 de novembro, o Dia das, Forças Revolucionárias do Povo, sejam perturbadas por quem quer que seja.
Nesta quarta-feira, 13, o líder da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), Domingos Simões Pereira, acusou as Forças Armadas de estarem a interferir nos assuntos políticos do país.
Veja Também Guiné-Bissau: Governo "passa" ao PR decisão de confirmar ou não as eleiçõesOntem, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas afirmou que o exército está de “prontidão combativa” para responder a qualquer perturbação no dia 16 de novembro, que, segundo Biaguê Na N’Tan, “não é um dia de brincadeira, mas sim um dia histórico para todos os militares e o povo da Guiné-Bissau”.
“Estamos preparados para celebrar a data e qualquer pessoa que tentar fazer perturbação, assumirá as consequências e a partir de ontem, 11 de novembro, iniciamos a prevenção até ao dia das Forças Armadas, porque não queremos que nada perturbe a comemoração”, disse N´Tan nao quartel-general de Amura, em Bissau.
Veja Também Angola ganha e Moçambique perde pontos no Índice Mo Ibrahim de Governação AfricanaEm reação, o presidente da LGDH disse que essa “declarações infelizes”, para além de serem absolutamente inaceitáveis, “são próprias de um chefe militar que perdeu a noção da missão constitucional reservada às Forças Armadas”.
Bubacar Turé acusou o chefe do exército de declarar guerra ao povo guineense”, e lembrou que foi ele quem declarou “ de forma ilegal” e “abusiva as detenções de três Juízes Conselheiros do Tribunal Superior Militar, a mando do presidente da República.
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Hoje, foi a vez do líder da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) lamentar que as Forças Armadas estejam a interferir nos assuntos políticos do país.
"É lamentável que se pretenda incluir as Forças Armadas no debate político", afirmou Domingos Simões Pereira, no final de uma reunião entre a PAI-Terra Ranka e a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API) que pretendem promover manifestaçoes neste fim-de-semana.
Simões Pereira acrescentou que que as Forças Armadas "não são adversárias" dos políticos e que deve ser o Chefe do Estado-Maior das Forças Armandas e toda a estrutura militar “a permitir que tenham um enquadramento republicano de equidistância e da neutralidade em relação ao jogo político".
Também hoje, o Ministério do Interior e da Ordem Pública anunciou que vai “reforçar a segurança em todo o território nacional”, por ocasião do Dia das Forças Armadas.