Alguns analistas políticos dizem que nada indica que o investimento chinês em Moçambique vá aumentar para além dos níveis já vistos na presidência de Filipe Nyusi, apesar do apelo que o estadista moçambicano fez para investirem em sectores estratégicos da economia, mas outros acreditam que Pequim vai continuar a ser um dos principais parceiros económicos de Maputo.
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Nyusi que está a fazer uma visita à China, que poderá ser a última deslocação àquele pais, na qualidade de Chefe de Estado, afirmou que a localização geoestratégica e a necessidade de desenvolvimento nas infraestruturas, agricultura e turismo de Moçambique são uma grande oportunidade de investimento para a China.
O analista político Dias da Cunha diz que alguns dos projetos previstos nestes sectores já existem, entre os quais o porto de águas profundas de Techobanine, na província de Maputo, que está envolto em polémica, por questões ambientais, e o de Macuse, na Zambézia, já alocado a um investidor privado, e a reabilitação da Estrada Nacional No 1 já tem um financiamento de 800 milhões de dólares.
‘’Eu penso que os chineses querem investir em projetos muito grandes, que o Governo de Moçambique ainda não os apresentou, além destes que mencionei’’, disse Dias da Cunha, acrescentando haver outros fatores que poderão fazer com o investimento chinês não aumente.
Incapacidade
Mas opinião diferente tem a economista Estrela Charles, para quem o investimento chinês vai aumentar, porque a dívida moçambicana com a China é muito elevada, “e isso pode fazer com que Moçambique aceite alguns projetos chineses para poder beneficiar da redução de algumas taxas”.
Veja Também Xi Jinping promete 50 mil milhões de dólares para África nos próximos três anosDados mais recentes estimam em cerca de 1.8 bilhões de dólares a dívida de Moçambique para com a China, e o analista político Luís Nhachote diz que isso pode fazer com que o Governo moçambicano se veja obrigado a inclinar-se cada vez mais àquele país asiático.
Nhachote questiona: “Quanto tempo é que vamos levar para pagar pela construção da ponte Maputo-Katembe e da Estrada Circular, financiadas pela China?’’
Noutra linha, o analista político Fernando Lima, o elevado endividamento moçambicano para com a China, sobretudo a dificuldade que o Governo tem em pagar a sua dívida, poderá retrair o investimento chinês.
Lima realça que Moçambique não se pode endividar mais sob o perigo de incorrer em problemas de incapacidade de pagar a sua dívida com a China.
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