O plano do Governo angolano para criar uma nova província resultante da divisão da província do Moxico está a provocar controvérsia entre os habitantes da região, que dizem não haver sequer condições para a planeada capital da nova província do Kassai.
Muitos queixam-se também da deterioração e colapso dos serviços básicos “desde a saída do colono” e notam desconhecer uma lâmpada de eletricidade.
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Está agora previsto um encontro entre representante dos moradores do Alto Zambeze e o Governo da província do Moxico para se discutir o assunto.
Na proposta do executivo, a província do Moxico, a maior de Angola em termos territoriais, daria lugar a duas novas províncias, onde uma manteria o nome Moxico, com sede na atual capital Luena, e a outra seria a província do Kassai Zambeze, que teria a sua sede em Cazombo, no atual município do Alto Zambeze.
Um habitante local que se identificou apenas como Amândio fez notar que “o Cazombo não tem luz, não tem estrada asfaltada, nunca teve água nas torneiras desde que o colono saiu”.
Kasai não
“A estrada só existe no Luau, as pessoas nascem e crescem se não forem ao Luau nunca vão ver luz eléctrica", acrescentou.
Outro habitante, António, nasceu no Alto Zambeze e diz que a ideia até é boa mas é extemporânea.
"É precipitação, querem só fama, não é o momento oportuno, nós nem gente temos suficiente para uma província, nem casas temos ainda se sobrevive em cabanas, os quadros são poucos, como é que vão repartir? Vão vir de onde? Vão dormir aonde? Vão comer o quê?", interrogou-se.
Já Sidónio, que não quis dizer o apelido, rejeitou a ideia de se mudar o nome para Kassai porque “esse nome é do Zaire”, fazendo assim referência ao antigo nome da República Democrática do Congo.
“O povo do Moxico não quer esse nome Kassai, não, o nome que o colono deixou é Alto Zambeze, nós não aceitamos esse nome de Kassai", afirmou.
A Voz da América tentou contatar o governador do Moxico ao telefone e deixamos uma mensagem, mas não houve qualquer retorno.