A cerimónia oficial de certificação aconteceu esta sexta feira, dia 12, no salão de banquetes da Assembleia Nacional, num acto que contou com as presenças do director-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, do Primeiro Ministro Ulisses Correia e Silva e de outras altas individualidades políticas e da sociedade civil.
Para as autoridades do arquipélago, trata-se de um dia histórico e o culminar de anos de intenso trabalho e jornadas no sentido de fazer com que o país ficasse livre da transmissão autóctone da doença, sendo também uma grande responsabilidade no sentido da preservação do estatuto e continuar a dar combate a outros desafios em matéria da saúde.
No momento em que anunciava a certificação , o responsável máximo da Organização Mundial da Saúde destacou o funcionamento do sistema democrático e boa governação como fatores essenciais para os ganhos alcançados por Cabo Verde.
“De agora em diante iremos falar da malaria no passado… tenho o prazer de anunciar a decisão técnico para a eliminação e certificação da malária e o grupo das políticas sobre o paludismo da OMS”, adiantou o dirigente da estrutura que rege a saúde mundial.
Tedros Ghebreyesus manifestou toda a abertura da OMS em continuar a apoiar todos os esforços das autoridades nacionais na criação de condições para a cada dia melhorar os níveis dos cuidados prestados e a preservação da saúde.
A ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, disse que a certificação constitui um grande compromisso do país em matéria sanitária.
“Manter Cabo Verde sem paludismo é mais do que uma meta… é um compromisso com a saúde e o bem estar da nossa nação… um legado que pretendemos preservar e fortalecer para as futuras gerações”, disse a governante.
Por sua vez, o Primeiro Ministro Ulisses Correia e Silva, afirmou que tal como aconteceu com a Covid 19, houve uma conjugação de esforços de todos cidadãos, poderes locais e o Governo na luta contra a malaria que culmina hoje com a certificação da OMS. Uma postura que o Chefe do Governo espera que se mantenha intacta, no sentido da preservação do estatuto e a luta para a vitória noutras vertentes da saúde e no geral.
“A responsabilidade primeira para manter a certificação é cada mulher e cada homem cabo-verdiano… este é um momento histórico que estamos a celebrar com impacto positivo sobre a saúde e qualidade de vida dos cidadãos e a reputação externa… um país que o turismo a sua principal atividade económica, a erradicação do paludismo significa a eliminação de um constrangimento à mobilidade e o reforço da confiança sanitária”, adiantou Correia e Silva. Durante a estadia do diretor-geral da OMS, as autoridades nacionais aproveitam para analisar outros dossiers como o fim de transmissão vertical do VIH-SIDA de mãe para filho, a eliminação total do SIDA em 2030 e da Tuberculose em 2025, entre outras matérias na área da saúde.
Cabo Verde é apenas o terceiro país africano livre da malária a doença que mais mata em África. No mundo 43 países são considerados livres da doença.