Mais de 350 mil pessoas em Angola vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), disse o presidente da Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida e Grandes Endemias (ANASO), em Malanje.
Cerca de 190 mil mulheres e 5.000 crianças vivem com a doença.
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António Coelho afirmou que o país regista anualmente cerca de 21 mil novas infecções por HIV e tem uma taxa de prevalência de 2 por cento, com uma notificação anual de 13 mil mortes.
Luanda lidera o gráfico onde com cerca de 8 milhões de habitantes, perto de 200 mil pessoas, estão infetadas, apesar do Cunene possuir a taxa de prevalência mais alta do país.
“Luanda tem 2 por cento, (que) é a taxa de prevalência do país”, disse acrescentando que a província do Cunene tem 8 por cento da sua população infectada, mas Coelho fez notar que o Cunene tem cerca de 650 mil habitantes.
As Lundas Sul e Norte, Moxico e Cuando Cubango “têm mais de 5 por cento da população infetada”, enquanto três por cento da população do Kwanza Norte vive com o HIV.
A nível da província de Malanje, há uma taxa de prevalência de 2 por cento com 10 mil e sete pessoas vivendo com a patologia, das quais 150 grávidas e 34 crianças.
A supervisora municipal do programa de HIV/Sida, Stélvia Francisco, admitiu que mais de 40 pacientes abandonaram o tratamento desde o início do ano de 2023.
“Temos um total de 36 abandonos relacionados ao sexo feminino e 5 relacionado ao sexo masculino. Quanto aos falecidos temos um total de 9 casos”, disse.
António Coelho afirmou por seu turno que “mais de 2.500 pacientes que faziam tratamento no Hospital Esperança [em Luanda] neste momento estão abandonadas porque não sabem, exactamente onde se dirigir para continuar o seu tratamento por causa do factor estigma e discriminação”.
A nível do país, a maior contribuição para o combate da doença é estrangeira, principalmente do Fundo Global que disponibilizou nos últimos 10 anos 400 milhões de dólares americanos para o HIV/Sida, a malária e tuberculose em todas a províncias.
Kwanza Sul vai receber mais ajuda do Fundo Global
A província do Kwanza Sul está entre as prioritárias do financiamento do Fundo Global no combate a Tuberculose, HIV/SIDA e malária.
Para tal, uma delegação está a avaliar na província a execução dos resultados dos projectos do combate a essas doenças.
O administrador do Fundo Global em Angola, Joshua Godjó, disse que está a decorrer uma monitoria dos gastos do fundo na província e anunciou que Kwanza Sul vai no próximo ano fazer parte do programa de subvenção que terá início em 2024 e vai até 2027.
Mais de 126 milhões de dólares americanos estão disponíveis para as províncias do Kwanza Sul, Benguela e Bié.
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