Moçambique: Revolução Democrática força reabertura do sorteio das eleições autárquicas

Boletim de Voto (Foto de arquivo)

CNE diz que há agora "pressão" mas calendário será cumprido

Em Moçambique o Partido Revolução Democrática já submeteu a sua candidatura às eleições autárquicas após a decisão do Conselho Constitucional para que a Comissão Nacional de Eleições reabrisse o processo e anulasse o sorteio das posições dos partidos políticos no boletim de voto.

Para a CNE estes actos poderão pressionar o cumprimento do calendário eleitoral que, no entanto, será cumprido na íntegra.

Em cumprimento ao acórdão do Conselho Constitucional, que determinou que a Comissão Nacional de Eleições deve receber a candidatura do Partido Revolução Democrática (RD) e a repetição do sorteio definitivo da posição dos partidos no boletim de voto, a RD fez a submissão da sua candidatura às eleições autárquicas.

O seu mandatário João Jasse disse que “o Conselho Constitucional assumiu a sua responsabilidade de repor a legalidade e o direito que assiste à RD, portanto estamos gratos por isso e agradecemos ao povo moçambicano por compreender a nossa preocupação”.

Veja Também MDM junta-se a quatro partidos para ganhar eleições autárquicas na Beira

Aquando da submissão da sua candidatura houve documentos em falta e a RD assegura que tudo será entregue a tempo.

“Existem algumas autarquias onde algumas conservatórias desses locais atribuíram números ou códigos de registos criminais que deveriam ser emitidos a partir de Maputo, mas quando fomos à Conservatória da Cidade de Maputo alegaram não haver sistema e não haver papel”, comentou o mandatário da RD.

Paulo Cuinica, Porta-Voz da CNE, considera que a decisão do Conselho Constitucional poderá pressionar a execução de algumas atividades, porém assegura o cumprimento do calendário eleitoral.

“O calendário eleitoral continua intacto, portanto tudo aquilo que devia ser feito a partir de hoje, deverá ser feito em menos dias e isso vai significar pressão, mas o objetivo é que consigamos recuperar esse tempo que vai se perdendo com o procedimento”, disse Paulo Cuinica.

Refira-se que a Revolução Democrática foi forçada a mudar os seus símbolos aonde apareciam as imagens de André Matsangaissa e de Afonso Dhlakama, na sequência do recurso da Renamo ao Conselho Constitucional, alegando que poderia facilmente” levar os eleitores a “votar por engano na candidatura do partido RD, formado por dissidentes da perdiz, quando, na verdade, queriam votar na Renamo”.

Paulo Chibure, mandatário da Renamo na Cidade de Maputo, desvalorizou a participação da Revolução Democrática no processo eleitoral e mostrou-se preocupado com actos que considera a preparação da fraude nas eleições que se avizinham que estão a ser denunciadas pelo partido da perdiz.

O Partido Revolução Democrática pretende concorrer em dez autarquias, destacando-se a cidade de Maputo