Moçambique legalizou a criação de milícias locais sob as forças armadas para ajudar a combater os militantes islâmicos na província norte de Cabo Delgado.
O decreto foi aprovado e anunciado na quarta-feira. O governo tinha obtido a aprovação parlamentar para a mudança em Novembro, após o Ministério da Defesa ter admitido que o exército moçambicano não podia lidar sozinho com os militantes.
As milícias locais de autodefesa já ajudam as forças armadas e contingentes militares moçambicanos, do Ruanda e de alguns países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral na luta em Cabo Delgado, província rico em gás natural.
O porta-voz do Gabinete Filimão Suazi diz que a força das milícias locais será formalizada para reforçar o papel das forças de defesa e segurança no combate e na contenção da propagação das incursões dos militantes islamistas, protegendo os assentamentos comunitários e as infra-estruturas públicas e privadas. Acrescentou que o decreto permitirá uma melhor estruturação, organização e apoio logístico para as milícias locais de autodefesa.
Em cinco anos, o conflito em Cabo Delgado já deslocou mais de 1 milhão de pessoas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, e causou perto de 5.000 mortes, segundo o Projecto de Dados de Localização e Eventos de Conflitos Armados.