“Prontas para o desafio”, dizem as duas mulheres âncoras de João Lourenço

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Carolina Cerqueira (ao centro de saia preta) e Esperança Costa (logo atrás à direita na foto)

Com o anúncio da CNE que dá vitória ao partido MPLA, nas eleições do passado 24 de Agosto, Angola prepara-se para quebrar dois importantes recordes da representação feminina, com o possível empossamento das primeiras vice-presidente e presidente da Assembleia Nacional da história do país.

À margem do discurso de vitória do presidente eleito pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), João Lourenço, proferido na tarde de segunda-feira, 29, na sede nacional do MPLA, em Luanda, a VOA ouviu reacções das duas mulheres com os cargos de maior destaque na lista do MPLA, as eventuais figuras mais importantes do país num futuro próximo: Esperança Costa, candidata do MPLA a vice-presidente da República e Carolina Cerqueira, candidata do MPLA a presidente da Assembleia Nacional.

“Estamos aqui disponíveis para dar todo o apoio necessário ao nosso presidente para continuar a consolidar a paz, a estabilidade, o desenvolvimento socioeconômico e sobretudo para a prosperidade de todos os angolanos”, declarou Esperança Costa, actual secretária de Estado para as pescas.

Esperança Costa olha para a sua indicação para o segundo cargo mais importante do país como um reconhecimento que o MPLA faz ao contributo da mulher angolana e às suas competências. “As mulheres angolanas estão empoderadas e podem assumir os desafios que lhes são colocados”, disse a bióloga que poderá ser o segundo nome mais importante da república de Angola.

Jurista de formação Carolina Cerqueira, actualmente ministra de Estado para a área social, demonstrou-se empolgada com o anúncio da vitória do seu partido, que poderá significar que ela passará a ser a primeira mulher na história de Angola a dirigir a casa das leis do país.

“É mais uma responsabilidade na minha carreira política que espero comprimir com zelo, dedicação e grande sentido de missão”, disse a ex-ministra da cultura e da comunicação social, que atribui o seu futuro mandato à "decisão das urnas”.

Sobre os desafios da liderança feminina em espaços maioritariamente ocupados por homens, Carolina Cerqueira diz que já está habituado, justificando ter sido a única ministra de Estado durante o mandato cessante. “Entre três homens”, ela adiciona.

“O mais importante é o diálogo. Saber ouvir, compreender o espírito de equipa e sobretudo ter um diálogo permanente com os nossos parceiros”, esclareceu a dirigente.

Consciente de que com base nos resultados definitivos apresentados pela CNE vem daí uma assembleia mais plural, com a eleição de 90 deputados pela UNITA, Cerqueira diz-se pronta para enfrentar o desafio. “Temos consciência de que nada será igual”, assegurou.

Israel Campos