Fala África: Para continuar a empoderar raparigas, associações Thamalela e ARCUM precisam de parcerias

  • Danielle Stescki

Francisco Vernix e Manuel Fernando

Na rubrica "Fala África" desta semana vamos conhecer um pouco mais sobre o trabalho de duas associações moçambicanas: a Thamalela e a ARCUM. Ambas empoderam mulheres e meninas em Moçambique a fim de que saibam de seus direitos e para que tenham uma qualidade de vida melhor.

Em entrevista ao “Fala África, o coordenador das associações Thamalela e ARCUM, Francisco António Vernix, comentou o trabalho das organizações e os desafios que elas enfrentam. O técnico Manuel Fernando, diretor artístico da ARCUM, falou sobre o impacto das peças de teatro apresentadas nas províncias da Zambézia, Cabo Delgado, Niassa, Tete e Sofala.

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Fala África: Associações comunitárias Thamalela e ARCUM precisam de parcerias e recursos para continuar a fazer a diferença em Moçambique

Segundo Vernix, a Associação Thamalela, que em português significa cuidar, é uma organização comunitária sem fins lucrativos formada por jovens que querem prestar apoio prático a projetos de ajuda humanitária. As atividades são feitas através de clubes e os voluntários dão palestras para empoderar mulheres e crianças. Os participantes aprendem uma variedade de habilidades como cozinhar, usar e aproveitar a terra para o autossustento a fim de eliminar a dependência económica e acabar com a desnutrição.

Já a ARCUM, Associação Artística Cultural de Milange, trabalha com peças de teatro para informar mulheres e raparigas dos seus direitos, além de promover mudança de comportamento nas comunidades. “A comunidade participa das peças teatrais trazendo soluções para os problemas” apresentados durante a atividade lúdica, contou Vernix.

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Fala África: Entrevista com Francisco Vernix e Manuel Fernando

Fernando disse que as peças para o mês de Agosto vão dar destaque às uniões prematuras e à desnutrição crónica. O casamento infantil é crime em Moçambique desde Julho de 2019.

Fernando revelou que o impacto das peças de teatro tem sido positivo. “Nós temos acompanhado casos de denúncias de uniões prematuras a partir dos chefes das localidades, a partir dos comandantes das PRM (Polícia da República de Moçambique). Trabalhamos em parceria com eles e com o Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítima de Violência Doméstica”.

Vernix concluiu a entrevista falando sobre os desafios que as duas associações enfrentam. “Os desafios que nós enfrentamos estão relacionados às parcerias e aos recursos financeiros. O potencial humano nós temos”.