Sindicatos moçambicanos exigem redução do IVA para travar escalada do custo de vida

Paragem de "chapa" em Maputo, Moçambique

O movimento sindical submeteu ao governo um posicionamento exigindo a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) dos produtos de primeira necessidade, como forma de diminuir o impacto do custo de vida, considerado insustentável no país.

Actualmente a taxa do IVA é de 17%.

Em comunicado contendo vários pontos , que resumem as principais inquietações e o impacto do custo de vida, os representantes da classe trabalhadora consideram que o executivo tem estado a fazer pouco para acudir a situação, não necessariamente por falta de manobras por onde possa agir.

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Sindicatos moçambicanos exigem redução do IVA para travar escalada do custo de vida

"Que o governo reduza o IVA nos produtos de primeira necessidade, combustíveis e serviços básicos," lê-se no comunicado.

A sustentar a nota, o secretário-geral da Central Sindical da Organização dos Trabalhadores Moçambique ( OTM-CS), Alexandre Munguambe, exige que o executivo de Maputo saia do que classificou de promessas vazias, para acções concretas para resolver o problema que sufoca a famílias moçambicanas.

“O governo deve trazer acções concretas e não promessas vazias de distribuição de dinheiro que são apenas medidas para distrair as pessoas” disse.

Sinais sombrios

O recente agravamento do custo do combustível foi a gota de água para a situação descrita como insustentável do custo de vida no país.

O preço dos produtos alimentares foi empurrado para cima pelo combustível e já leva os sindicatos a equacionarem manifestações em larga escala.

"O movimento sindical reserva-se ao direito de convocar uma manifestação ou greve nacional, como forma de mostrar o seu repúdio contra o elevado custo de vida" ameaçam em comunicado.

O Banco de Moçambique diz que mantém a meta de uma inflação controlada em um dígito (menos de 10%), contudo, reconhece que a curto e médio prazos, as previsões não são muito boas.

“Temos consciência de que a curto e médio prazo haverá muita pressão sobre a inflação, que vai resultar no aumento dos preços administrados,” disse Emílio Rungo, um dos administradores do Banco Central.