Duas militantes da UNITA dizem que quase foram queimadas nos actos de violência ocorridos em Monte Belo, em Benguela, na semana passa, após terem visto parte do tronco cheio de gasolina jogada por um suposto membro do MPLA.
As cidadãs, ambas comerciantes, apresentam testemunhos que ilustram os níveis de intolerância política naquela comuna do município do Bocoio, assumidos pela Polícia Nacional como ‘’bastante preocupantes’’.
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O facto de uma cidadã assistente ter fugido com o fósforo evitou o pior, explica a senhora Ana, uma das militantes do ‘’galo negro’’, que acabaria por ficar sem alguns produtos.
“Me encontraram mesmo aqui na praça, me marcaram como cidadã da UNITA e me atiraram gasolina, são os moços do MPLA, vi o Evaristo. Ainda levaram as minhas coisas que eu estava a vender. Só não nos queimaram porque uma senhora levou o fósforo, fugiu para não nos queimarem’’, conta Ana.
Situação considerada grave aos olhos de Pierre Tantchou, da organização não governamental norte-americana National Endowment for Democracy, que se junta à OMUNGA na luta contra a intolerância.
“É importante conversar com as pessoas, não pode haver violência entre pessoas de partidos diferentes. Em democracia, não existe isso de luta, você não pode admitir’’, ressalta Tantchou.
Por seu lado, o comandante da Polícia no Monte Belo, Sebastião Guelengue, admite que não estava à espera de uma situação tão complicada.
“Devo admitir que eu não estava à espera de uma situação como esta, nada fazia prever’’, reconhece Guelengue, que promete medidas para controlar a situação.
O cidadão acusado pela comerciante, conhecido apenas por Evaristo, abandonou o local quando se apercebeu que seria confrontado por jornalistas.