Alguns participantes no XI congresso da Frelimo que começou nesta terça-feira, 26, na Matola dizem que as questões relacionadas com a pobreza urbana não têm recebido a devida atenção da parte do Governo, e sobretudo dos municípios, o que faz com que o empobrecimento urbano seja elevado em Moçambique.
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Para alguns congressistas, tendo em conta a unanimidade existente relativamente à liderança do partido -Filipe Nyusi é o único candidato à presidência - e à necessidade de se continuar a negociar uma paz efectiva com a Renamo, as questões económicas e sociais poderão consumir a maior parte do tempo dos debates, sobretudo tendo em conta o aproximar do ciclo eleitoral.
No entender de alguns congressistas, a pobreza vai ser um dos temas a debater ao longo do congresso porque embora a taxa da pobreza urbana seja elevada e a desigualdade urbana esteja a subir, "as questões ligadas à pobreza urbana têm recebido pouca atenção no país".
O presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, referiu-se a este aspecto, na abertura do congresso, afirmando que o partido se deve preocupar com a criação do bem-estar para todos os moçambicanos.
O discurso oficial é que a pobreza, não só a urbana, está diminuir em Moçambique, tendo como base sobretudo o inquérito de 1999.
O economista Eduardo Sengo diz que, segundo o inquérito de 2009, "a pobreza em Moçambique, em vez de reduzir, estagnou".
Um participante no congresso considerou que a política de descentralização e o aumento da responsabilidade municipal para a redução da pobreza devem ser acompanhados pelo melhoramento dos recursos económicos e humanos.
Por seu turno, o analista Amorim disse ser preocupante a falta de emprego sobretudo para a juventude, bem como a fraca capacidade dos municípios para resolver, por exemplo, a questão do transporte.
"A pobreza urbana é real e está associada à questão do desemprego para as novas gerações. Então, a Frelimo tem grandes desafios, no sentido de resolver os problemas mais candentes da sociedade", destacou aquele analista.