Ramos Horta pede congelamento da ajuda timorense a Guiné-Bissau

José Ramos Horta

Antigo representante especial do secretário geral da ONU para o país lamenta incapacidade da liderança guineense de superar as divergências.

O antigo Presidente de Timor Leste e ex-representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau José Ramos Horta defendeu o congelamento da cooperação entre Dili e Bissau.

"Como timorense tenho que aconselhar o Governo de Timor-Leste, como mínimo, a congelar de imediato a sua cooperação com a Guiné-Bissau até que o Presidente e o Governo reúnam para tomar medidas definitivas", afirmou Ramos Horta.

Em declarações à agência Lusa, o prémio Nobel da Paz diz não ter ficado surpreso com a decisão mas “consternado perante a total incapacidade da liderança guineense de superar as diferenças políticas e sociais, fazendo o país recuar de novo, face aos progressos registados nos últimos 12 meses".

Para Ramos Horta "se há um país em que não há razão para mudança de um Governo, a Guiné-Bissau é um exemplo", já que "tem havido progressos visíveis no plano social e económico, no ambiente político geral, no plano de segurança e no apoio internacional".

Por isso, o antigo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas defende o congelamento da ajuda de Timor Leste à Guiné-Bissau.