unições de origem desconhecida têm circulado em algumas das mais zonas sangrentas em África e após anos de investigação concluiu-se serem iranianas
Durante anos, munições de origem desconhecida têm circulado em algumas das mais sangrentas zonas de conflito em África – Sudão, República Democrática do Congo e Costa do Marfim. Após uma investigação de seis anos, investigadores de armamento dizem ter concluído onde essas munições são fabricadas: Irão.
Num estudo publicado nos últimos dias indica-se que há munições do Irão a circular por África apesar das Nações Unidas terem em vigor um embargo de armamento ao regime de Teerão.
A descoberta que permitiu aos investigadores avançar verificou-se em 2010 – em Apapa Wharf, em Lagos, na Nigéria, as forças de segurança interceptaram 13 contentores com mais de 24 toneladas métricas de munições.
Mais tarde, o manifesto de carga dizia que os contentores tinham sido enviados do Irão, e descritos como contendo “materiais de construção.”
Os carregadores de munições eram idênticos a outros já vistos em África, primeiramente no Quénia em 2006. Mas James Bevan, um dos investigadores, diz que os carregadores não tinham inscrito a sua proveniência.
“Um fabricante coloca nos carregadores a sua marca – identificando a origem do fabricante e assim o país de fabrico. Mas esse não era o caso daquelas munições. Apenas tinham a designação do calibre e o ano de produção.”
Bevan diz que as provas sugeriam que as forças governamentais tinham usado aquelas munições no Sudão, Guiné, Costa do Marfim e Quénia.
“Os governos africanos adquiriram as munições do Irão para uso das suas próprias forças de defesa e segurança. Munições que aquelas forças usaram. E mais tarde aquelas munições são transferidas para grupos insurrectos em países vizinhos ou forças rebeldes – este é o padrão.”
Os grupos rebeldes usaram estas munições em zonas de conflito, diz Bevan, incluindo a República Democrática do Congo, onde nas últimas duas décadas de banho-de-sangue morreram milhões de pessoas.
Teerão ainda não comentou o relatório – e os investigadores dizem não saber quem dentro do Irão é responsável pelas transferências.
Um Tratado de Comércio de Armamento das Nações Unidas que deverá monitorar a venda internacional de armas ainda não foi finalizado.
A agência internacional de ajuda OXFAM quer que as munições sejam monitoradas como parte do tratado, apesar da oposição de vários países, incluindo os Estados Unidos.
A OXFAM diz que 12 biliões de balas são produzidas todos os anos – uma indústria que vale mais de 4 biliões de dólares. São necessárias novas regras, diz a organização, para garantir que as munições são seguras e a sua transferência regulamentada.
Martin Butcher conselheiro para questões de armamento da OXFAM diz: “O maior factor para reduzir as baixas civis, em particular, e diminuir o conflito é cortar o abastecimento de munições. Há governos e grupos armados por toda a África subsaariana que procuram adquirir munições. As munições são transaccionadas em larga escala no mercado negro e mercados ilícitos por forma a alimentar estes conflitos.”
Tropas internacionais confrontam-se neste momento com militantes islâmicos no Mali. No vizinho Níger, os Islâmicos têm usado, aparentemente, munições iranianas. O investigador Bevan indicou que a sua equipa vai deslocar-se ao Mali para saber se há munições iranianas a serem agora usadas em mais outra zona de conflito africana.
Num estudo publicado nos últimos dias indica-se que há munições do Irão a circular por África apesar das Nações Unidas terem em vigor um embargo de armamento ao regime de Teerão.
A descoberta que permitiu aos investigadores avançar verificou-se em 2010 – em Apapa Wharf, em Lagos, na Nigéria, as forças de segurança interceptaram 13 contentores com mais de 24 toneladas métricas de munições.
Mais tarde, o manifesto de carga dizia que os contentores tinham sido enviados do Irão, e descritos como contendo “materiais de construção.”
Os carregadores de munições eram idênticos a outros já vistos em África, primeiramente no Quénia em 2006. Mas James Bevan, um dos investigadores, diz que os carregadores não tinham inscrito a sua proveniência.
“Um fabricante coloca nos carregadores a sua marca – identificando a origem do fabricante e assim o país de fabrico. Mas esse não era o caso daquelas munições. Apenas tinham a designação do calibre e o ano de produção.”
Bevan diz que as provas sugeriam que as forças governamentais tinham usado aquelas munições no Sudão, Guiné, Costa do Marfim e Quénia.
“Os governos africanos adquiriram as munições do Irão para uso das suas próprias forças de defesa e segurança. Munições que aquelas forças usaram. E mais tarde aquelas munições são transferidas para grupos insurrectos em países vizinhos ou forças rebeldes – este é o padrão.”
Os grupos rebeldes usaram estas munições em zonas de conflito, diz Bevan, incluindo a República Democrática do Congo, onde nas últimas duas décadas de banho-de-sangue morreram milhões de pessoas.
Teerão ainda não comentou o relatório – e os investigadores dizem não saber quem dentro do Irão é responsável pelas transferências.
Um Tratado de Comércio de Armamento das Nações Unidas que deverá monitorar a venda internacional de armas ainda não foi finalizado.
A agência internacional de ajuda OXFAM quer que as munições sejam monitoradas como parte do tratado, apesar da oposição de vários países, incluindo os Estados Unidos.
A OXFAM diz que 12 biliões de balas são produzidas todos os anos – uma indústria que vale mais de 4 biliões de dólares. São necessárias novas regras, diz a organização, para garantir que as munições são seguras e a sua transferência regulamentada.
Martin Butcher conselheiro para questões de armamento da OXFAM diz: “O maior factor para reduzir as baixas civis, em particular, e diminuir o conflito é cortar o abastecimento de munições. Há governos e grupos armados por toda a África subsaariana que procuram adquirir munições. As munições são transaccionadas em larga escala no mercado negro e mercados ilícitos por forma a alimentar estes conflitos.”
Tropas internacionais confrontam-se neste momento com militantes islâmicos no Mali. No vizinho Níger, os Islâmicos têm usado, aparentemente, munições iranianas. O investigador Bevan indicou que a sua equipa vai deslocar-se ao Mali para saber se há munições iranianas a serem agora usadas em mais outra zona de conflito africana.