A África do sul é com frequência chamada a “capital mundial das violações sexuais”. Estima-se que mais de 70 porcento das mulheres tenham sido abusadas sexualmente.
JOANESBURGO —
Na terça-feira, cinco homens atacaram e violaram uma mulher em Pretória, a capital do país. Tendo como pano de fundo um ataque semelhante na Índia que mobilizou milhares de manifestantes, activistas em Joanesburgo dizem não perceber porque não há mais sul-africanos que se sentem ultrajados.
Segundo a polícia a jovem mulher esperava numa fila, na noite de terça-feira, para se inscrever na Universidade Tecnológica de Tshwane.
Cinco homens arrastaram-na para a mata, violaram-na e roubaram-lhe o dinheiro e o telefone. Até agora a polícia não deteve qualquer suspeito.
Quando, no mês passado, uma jovem estudante de Nova Deli foi violada por um grupo de seis homens, espancada e deixada a morrer numa estrada, o horrífico acto gerou protestos por toda a Índia.
O pai da vítima anunciou recentemente o seu nome - Jyoti que em hindu quer dizer “luz.”
E de forma apropriada, a sua luta levou o mundo a prestar atenção à epidemia de violações sexuais na Índia. Cinco dos seis suspeitos foram apresentados em tribunal em Nova Deli, acusados de rapto, violação sexual em grupo e assassínio. A velocidade a que a justiça indiana actuou neste caso não é normal numa nação que leva meses para os acusadores públicos se prepararem.
Mas na África do Sul, diz a activista Zubeda Dangor, o mais provável é que a experiência horrível porque passou esta estudante acabe por desaparecer da atenção do público.
Dangor, de ascendência indiana, dirige o Instituto Nisaa para o desenvolvimento das Mulheres: “Porque é a sociedade sul-africana complacente sobre algo como isto? A lição que tiramos da experiência indiana é que precisamos de tomar posição. Somos um povo com uma história de luta, organizada. Organizámo-nos em termos da libertação da África do Sul. Mas parece que não conseguimos organizar-nos contra a violência sexual.”
A polícia sul-africana documentou mais de 64 mil violações no ano passado. Um número que corresponde apenas aos que são notificados. O assalto sexual é um dos crimes menos documentados ou notificados em todo o mundo.
Um estudo de 2010, que é usado com frequência, refere que mais de um-quarto dos homens sul-africanos admitiram ter violado uma jovem rapariga ou mulher. Um em cada sete admitiu ter participado em violação sexual de grupos.
Dangor diz que nenhuma mulher está segura. Entre as vítimas da violação sexual estão bebés, raparigas e mulheres idosas.
A África do Sul debate-se com níveis inaceitáveis de abusos. Segundo números governamentais, 90 por cento das mulheres experimentaram abuso emocional e físico e 75% foram abusadas sexualmente.
A organização de Dangor ajudou a recolher milhares de assinaturas para uma petição ao governo indiano, entregue terça-feira. A petição pede ao governo indiano que actue contra as violações sexuais e proteja as suas vítimas.
Para Dangor, a experiência da Índia oferece uma esperança para a África do Sul.
“Penso que a lição para nós sul-africanos é a admiração por a sociedade indiana se ter manifestado, em particular neste momento, para que as sobreviventes de violações possam receber assistência. Sabemos que tal como na África do Sul, a polícia indiana é muita lenta a reagir. Temos leis boas, mas leis não são implementadas de forma adequada para que às mulheres seja feita justiça social.”
A porta-voz da polícia sul-africana recusou falar para esta reportagem, mas a polícia afirma-se empenhada em combater os assaltos sexuais.
Mas até que tenha sucesso, é provável que amanhã, cerca de 175 raparigas e mulheres sul-africanas sejam violadas. E mais outras 175 no dia seguinte. E assim por diante
Segundo a polícia a jovem mulher esperava numa fila, na noite de terça-feira, para se inscrever na Universidade Tecnológica de Tshwane.
Cinco homens arrastaram-na para a mata, violaram-na e roubaram-lhe o dinheiro e o telefone. Até agora a polícia não deteve qualquer suspeito.
Quando, no mês passado, uma jovem estudante de Nova Deli foi violada por um grupo de seis homens, espancada e deixada a morrer numa estrada, o horrífico acto gerou protestos por toda a Índia.
O pai da vítima anunciou recentemente o seu nome - Jyoti que em hindu quer dizer “luz.”
E de forma apropriada, a sua luta levou o mundo a prestar atenção à epidemia de violações sexuais na Índia. Cinco dos seis suspeitos foram apresentados em tribunal em Nova Deli, acusados de rapto, violação sexual em grupo e assassínio. A velocidade a que a justiça indiana actuou neste caso não é normal numa nação que leva meses para os acusadores públicos se prepararem.
Mas na África do Sul, diz a activista Zubeda Dangor, o mais provável é que a experiência horrível porque passou esta estudante acabe por desaparecer da atenção do público.
Dangor, de ascendência indiana, dirige o Instituto Nisaa para o desenvolvimento das Mulheres: “Porque é a sociedade sul-africana complacente sobre algo como isto? A lição que tiramos da experiência indiana é que precisamos de tomar posição. Somos um povo com uma história de luta, organizada. Organizámo-nos em termos da libertação da África do Sul. Mas parece que não conseguimos organizar-nos contra a violência sexual.”
A polícia sul-africana documentou mais de 64 mil violações no ano passado. Um número que corresponde apenas aos que são notificados. O assalto sexual é um dos crimes menos documentados ou notificados em todo o mundo.
Um estudo de 2010, que é usado com frequência, refere que mais de um-quarto dos homens sul-africanos admitiram ter violado uma jovem rapariga ou mulher. Um em cada sete admitiu ter participado em violação sexual de grupos.
Dangor diz que nenhuma mulher está segura. Entre as vítimas da violação sexual estão bebés, raparigas e mulheres idosas.
A África do Sul debate-se com níveis inaceitáveis de abusos. Segundo números governamentais, 90 por cento das mulheres experimentaram abuso emocional e físico e 75% foram abusadas sexualmente.
A organização de Dangor ajudou a recolher milhares de assinaturas para uma petição ao governo indiano, entregue terça-feira. A petição pede ao governo indiano que actue contra as violações sexuais e proteja as suas vítimas.
Para Dangor, a experiência da Índia oferece uma esperança para a África do Sul.
“Penso que a lição para nós sul-africanos é a admiração por a sociedade indiana se ter manifestado, em particular neste momento, para que as sobreviventes de violações possam receber assistência. Sabemos que tal como na África do Sul, a polícia indiana é muita lenta a reagir. Temos leis boas, mas leis não são implementadas de forma adequada para que às mulheres seja feita justiça social.”
A porta-voz da polícia sul-africana recusou falar para esta reportagem, mas a polícia afirma-se empenhada em combater os assaltos sexuais.
Mas até que tenha sucesso, é provável que amanhã, cerca de 175 raparigas e mulheres sul-africanas sejam violadas. E mais outras 175 no dia seguinte. E assim por diante